Seleção Masculina de Futebol estreia com empate sem gols nas Olimpíadas

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2016 18h05
EFE Seleção Masculina de Futebol estreia nos Jogos Olímpicos

A Seleção Brasileira de Futebol Masculino deu início à busca pelo ouro inédito nos Jogos Olímpicos na tarde desta quinta-feira, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. E a estreia do time comandado por Rogério Micale não foi como os torcedores esperavam. O Brasil encontrou muitas dificuldades diante da África do Sul e saiu de campo com um empate sem gols, além das vaias dos torcedores.

 Neymar, capitão e craque do time, teve atuação discreta. Tentou jogadas individuais, concluiu com perigo a gol, mas não o suficiente para furar a defesa sul-africana e o goleiro Khune, que fez grandes defesas. O Brasil volta a campo no próximo domingo (7) para enfrentar o Iraque, novamente em Brasília.

O JOGO – A seleção brasileira terminou o primeiro tempo vaiada por parte dos torcedores. A frustração SE justificava, já que se criou uma grande expectativa sobre o desempenho da seleção, pelo talento dos garotos liderados por Neymar, pela proposta ofensiva do técnico Rogério Micale e pelo otimismo fruto dos bons resultados dos intensos treinamentos.

Uma das máximas do futebol, no entanto, diz que treino é treino e jogo é jogo. E ela pôde ser usada nesta quinta-feira. A África do Sul foi ao gramado com uma proposta bem simples para conter o time brasileiro: se armou com duas linhas de quatro e dois homens mais adiantados, mas com todos posicionados em um pequeno espaço.

Assim, encurtou o campo, e o congestionou. Deixava a seleção brasileira tocar a bola, mas não abria espaços para que Neymar e companhia pudesse ameaçar com intensidade o goleiro Khune. Propôs ao Brasil um jogo de paciência, dificultado pela ansiedade que talvez o fato de ser a estreia justifique.

O Brasil não conseguia se movimentar. Neymar estava muito estático pela esquerda, de onde tentava jogadas individuais, normalmente sem resultados. O camisa 10 não conseguia arrancar e tabelar com seus companheiros, jogadas vistas muitas vezes nos treinos. Jogadas em profundidade, pelo meio ou pelos lados, também não conseguiram ser feitas.

Assim, fora um chute de Felipe Anderson de fora da área que passou rente à trave, as melhores chances do Brasil foram em dois chutes de Neymar da entrada da área, que Khune desviou para escanteio. No segundo deles, aos 40 minutos, o craque pediu o apoio da torcida, que incentivou por breve tempo.

A África do Sul, a rigor, apesar de ter finalizado menos, foi mais perigosa, em lances em que o bom toque de bola do time pôde ser observado, mas em que a defesa brasileira, sobretudo os zagueiros de área, vacilaram.

O segundo tempo começou ainda pior para a seleção brasileira. Os sul-africanos, confiantes, se soltaram um pouco. A seleção acusou essa maior dificuldade. Perdia bolas seguidas, errava muitos passes e mostrava descontrole, como no lance em que Gabriel Barbosa e Zeca se atrapalharam, e mais uma bola foi perdida.

O time não produzia em campo, a torcida se irritava nas arquibancadas. Quando as vaias começaram a ser ouvidas com mais frequência, aos 14, Mvala, que já havia recebido cartão amarelo, fez falta duríssima em Zeca e foi expulso.

Imediatamente, Micale apelou para o seu plano B, a única alternativa que treinara durante a preparação: colocou o time no 4-2-4, ao trocar Felipe Anderson por Luan. Minutos depois, para tentar dar mais fôlego e poder de marcação, tirou Renato Augusto e pôs Rafinha em campo.

O time se lançou. E se animou. Teve chances com Gabriel Barbosa e Neymar, mas a melhor delas foi num cruzamento de Luan em que a bola passou por Gabigol e Gabriel Jesus, sem goleiro, acertou a trave.

No entanto, os lances serviram para animar a torcida, que passou a incentivar. Enfim, a seleção havia acordado. O gol, porém, não saía. Os zagueiros sul-africanos estavam quase perfeitos nos desarmes e nas bolas pelo alto e, quando eram superados, o goleiro Khune segurava tudo.

À beira do campo, Micale se desesperava, gritava, incentivava, mas também reclamava – chegou a ser advertido pelo juiz. E, algo normal nessas ocasiões, a pressa e a ansiedade bateram. Com o jogo se aproximando do final, as jogadas já não eram mais trabalhadas. A Seleção, é verdade, tentou até o fim. Restou, porém, a decepção do empate sem gols na estreia.

Na preliminar, Dinamarca e Iraque abriram o grupo A e ficaram também no 0 a 0. Assim, todas as quatro seleções estão emboladas na chave, com um ponto cada. 

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