Técnico defende “estilo Curry” e alfineta: no passado, criticavam o Oscar

O rebote defensivo é apanhado, e, poucos segundos depois, arremessa-se de três pontos do outro lado da quadra. A bola é minimamente trabalhada no cinco contra cinco, e, rapidamente, outro chute longo é disparado. Esta forma agressiva e ousada de se praticar basquete tem enchido os olhos do planeta sob a execução de Stephen Curry. Noite após noite, jogo após jogo, o armador do Golden State Warriors é inundado de elogios em todas as partes do mundo. No Brasil, não tem sido diferente. Mas, acredite, nem sempre foi assim.

Em entrevista a Nilson César, da Rádio Jovem Pan, o técnico Cláudio Mortari se rendeu ao talento do último MVP da NBA e exaltou a maneira como ele atua. Porém, também fez questão de lembrar que, até pouco tempo atrás, Oscar Schmidt adotava estilo de jogo parecido e recebia críticas no Brasil.

“O Curry contradiz aquele pensamento, que é praticamente uma norma no Brasil, de que o basquetebol tem de ser absolutamente defensivo, de que não se pode chutar de três… Eu me lembro do próprio Oscar sendo muito criticado por arremessar demais, e hoje estamos todos aqui, idolatrando esse fenômeno que é o Curry“, afirmou o treinador. 

Mortari, por sinal, tem conhecimento de causa. Ele, afinal, serviu como uma espécie de mentor de Oscar Schmidt no basquete – uma vez que foi campeão mundial comandando o ala, no Sírio, em 1979, e é considerado pelo próprio ex-jogador como o melhor técnico com o qual já trabalhou.

Recentemente, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o próprio Oscar comparou o estilo de Curry com o da sua geração, dizendo que ela “jogava igualzinho ao Golden State, e os jornalistas caíam de pau”. O ala brasileiro era criticado por exagerar nos chutes do perímetro, e, hoje, Curry é elogiado por abusar dos arremessos longos.  

O armador do Golden State Warrios é, de longe, o jogador que mais chuta bolas de três na NBA atualmente – lidera a estatística com 468 tentativas, contra 377 do segundo colocado, James Harden. O MVP da última temporada arrisca em média 11 arremessos longos por jogo, tem um fabuloso aproveitamento de 45,5% (4º melhor da liga), mas, também, é um dos que quantitativamente mais erra chutes do perímetro. 

Mortari não se importa com o “ônus” do estilo do camisa 30. “Quando você usa a palavra fenômeno para definir o Curry, já diz tudo. Ele sobra. Assisti aos jogos de Golden State contra San Antonio e Cleveland na última semana, e ele sobra de uma maneira absolutamente fantástica. Não tenho dúvidas de que, num futuro bem próximo, vai estar substituindo todos esses ídolos que se aposentaram da NBA, como o Michael Jordan e o Kobe Bryant“, decretou.

Veja os dois vídeos abaixo e opine: Oscar jogava parecido com Curry?