Acnur afirma que situação de refugiados sírios é desesperadora

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2015 10h11

Genebra, 12 mar (EFE). – A condição dos refugiados sírios nos países vizinhos é cada vez mais desesperadora dado que as condições de vida se degradam e eles não têm qualquer esperança de melhoria em um futuro próximo, alertou nesta quinta-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

No marco dos quatro anos da guerra civil na Síria e início do quinto sem expectativa de solução política, o Acnur alerta que a maioria dos 3,9 milhões de refugiados sírios em Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia não vê perspectiva de voltar a seu país em curto prazo, mas também não enxerga opções de “recomeçar” uma vida no exílio. Mais da metade dos refugiados no Líbano residem em imóveis precários e muitos deles vivem abaixo da linha da pobreza.

“Após anos no exílio, os refugiados não têm mais economias e cada vez mais eles têm que pedir esmolas, as mulheres vendem seus corpos em troca de dinheiro e as crianças trabalham. Esta é a pior crise humanitária de nossa era e deveria haver uma resposta mundial. Em vez disso, a ajuda é cada vez menor. Simplesmente não há ajuda suficiente para cumprir com as necessidades colossais”, denunciou o alto comissário para os refugiados, António Guterres, citado em comunicado.

No interior da Síria, a situação piora diariamente, e atualmente mais de 12 milhões de pessoas precisam de ajuda para sobreviver. Desse total, quase 8 milhões foram forçadas a abandonar suas casas, sendo que 4,8 milhões se encontram em áreas de difícil acesso.

Das escolas, 40% estão destruídas ou não têm condições de funcionar. Mais da metade dos hospitais estão em ruínas. De fato, mais de 2,4 milhões de crianças no interior da Síria não vão à escola, e metade das que vive em outros países não vai ao colégio.

“Temos somente uma pequena oportunidade de investir agora para evitar uma geração perdida”, concluiu Guterres. EFE

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