Adidos militares viajam à fronteira russo-ucraniana a convite de Moscou

  • Por Agencia EFE
  • 15/07/2014 13h44

Moscou, 15 jul (EFE).- Adidos militares de 11 países acreditados em Moscou, entre eles Estados Unidos, Alemanha, China e Espanha, viajaram nesta terça-feira à fronteira russo-ucraniana, palco de enfrentamentos entre forças da Ucrânia e rebeldes pró-russos.

“O objetivo da viagem é conhecer a situação. Esperamos que nossos colegas informem a seus governos sobre o que veem”, disse Sergei Rijkov, representante do Ministério russo de Defesa, citado pela agência “Interfax”.

Rijkov assegurou que a Rússia está alarmada pela escalada da tensão na fronteira, várias de cujas seções foram tomadas pelos rebeldes pró-russos no começo de junho, mas que as forças governamentais recuperaram em parte nos últimos dias.

“Consideramos que (o convite aos agregados militares) é outro gesto de boa vontade da parte russa, uma confirmação de nossa política de transparência em atividades militares e uma tentativa a mais de a opinião pública mundial conhecer a situação real na zona fronteiriça”, disse Anatoli Antonov, vice-ministro da Defesa russo.

Antonov denunciou que as localidades da Rússia situadas perto da fronteira com a Ucrânia são alvo crescente de tiroteios procedentes do país vizinho.

No domingo passado um civil morreu com a explosão no pátio de sua casa de um projétil de artilharia disparado desde território ucraniano, incidente que Moscou tachou de “ato de agressão” à soberania de seu território e a seus cidadãos.

Tanto o Ministério da Defesa ucraniano como a Guarda Nacional negaram que forças governamentais atacaram as povoações russas próximas à fronteira.

De fato, Kiev acusa há semanas Moscou de permitir a livre circulação através da fronteira de milicianos rebeldes equipados com armamento pesado, entre os quais figurariam vários mercenários russos.

A Ucrânia “nega cinicamente fatos evidentes e faz todo o possível para desviar as acusações para território russo”, ressaltou Antonov.

A Rússia repartiu ontem convites a 18 agregados militares, mas sete rejeitaram viajar à fronteira, por conta de diferentes motivos.

“Só Ucrânia, Japão, Coreia do Sul e Holanda responderam com uma negativa”, precisou Rijkov.

Em uma tentativa de rebater as acusações ucranianas, a Rússia convidou também ontem 10 observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) para inspecionar dois pontos fronteiriços em Donetsk e Gukovo. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.