Aécio promete acabar com “alinhamento ideológico” do país no comércio externo
Brasília, 30 jul (EFE).- O candidato à presidente pelo PSDB, Aécio Neves, condenou nesta quarta-feira o “alinhamento ideológico” do Brasil que, segundo sua opinião, impede o país de conseguir acordos comerciais com outras nações ou blocos.
Aécio participou hoje de um ciclo de diálogos com os principais candidatos à presidência organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Eduardo Campos, do PSB e a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, também participaram hoje do evento.
O líder opositor, principal rival de Dilma segundo as últimas pesquisas, criticou de forma dura as políticas econômicas do atual governo e, em particular, o que definiu como “alinhamento ideológico” no comércio exterior.
“É necessária uma integração maior do Brasil com o mundo”, disse Aécio Neves. Segundo o tucano, o Mercosul, bloco integrado por Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela já deu “sinais claros” de estagnação.
“Sofremos as amarras da vinculação ideológica enquanto o mundo avança”, disse o senador. Aécio ressaltou que não se deve “romper com o Mercosul, mas ao mesmo tempo o Brasil precisa de “liberdade” para estabelecer seus próprios acordos comerciais.
“É inconcebível que nos últimos anos só se tenham assinado acordos com o Egito, Israel e Palestina”, enquanto se “perdem oportunidades com a União Europeia (UE)”, que “já negocia com os Estados Unidos, Canadá e muitos outros países”, ponderou.
Aécio Neves associou essa dificuldade em estabelecer acordos aos problemas que, segundo ele, a economia brasileira atravessa, com um crescimento baixo e inflação alta, o que poderia ser modificado com uma maior inserção no comércio internacional.
“A política externa no mundo é negócio, não ideologia”, disse Aécio Neves, para quem “privar” o país de novos acordos comerciais só agrava seus próprios problemas econômicos e suas possibilidades de estimular o comércio e a indústria.
O tucano negou que, como argumenta Dilma, os atuais problemas econômicos sejam apenas produto da crise global, pois segundo ele são resultados de decisões equivocadas.
“Sabemos do impacto da crise, mas o que se passa hoje responde a opções equivocadas. A penosa situação da economia brasileira é obra dos governantes brasileiros”, afirmou.
Aécio criticou o baixo investimento na área de infraestrutura e serviços públicos, condenou o “enorme tamanho do Estado” e considerou “vergonhoso” que o país tenha 39 ministérios, o que qualificou como exemplo de um “perverso clientelismo”.
O candidato do PSDB afirmou que para recuperar a confiança dos mercados o país deve estabelecer “regras claras” e acabar com o que rotulou de “populismo cambial”, que identificou na decisão do governo de “buscar controlar a inflação mediante intervenções monetárias que acabam prejudicando a busca da competitividade”.
Aécio também sustentou que é “essencial” uma profunda reforma tributária que barateie e simplifique a arrecadação, o que, na sua opinião, pode ser alcançado com a implementação do Imposto de Valor Agregado (IVA). EFE
ed/cm
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