África do Sul deseja “reestruturar” mundo a partir da 6ª Cúpula dos Brics

  • Por Agencia EFE
  • 16/07/2014 15h21

Brasília, 16 jul (EFE).- A África do Sul propôs a união de forças com outras nações para “reestruturar” o atual funcionamento das grandes instituições mundiais a partir da 6ª Cúpula dos Brics, grupo composto pelo mais Brasil, Rússia, Índia e China, afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do governo sul-africano, Mac Maharaj.

“O objetivo da cúpula é tentar unir os países em desenvolvimento para se conseguir o objetivo comum de reestruturar a maneira que o mundo funciona”, disse à Agência Efe Maharaj ao se referir ao banco de desenvolvimento conjunto criado pelos Brics ontem em Fortaleza.

Os presidentes e chefes de governo dos Brics se reuniram hoje no segundo dia da cúpula com os presidentes dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para apresentar as vantagens do banco, que terá um capital inicial de US$ 50 bilhões e financiará projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento.

“Queremos dizer às instituições do mundo que a forma como se tomam as decisões em relação à economia mundial mudou, porque eram tomadas em favor do mundo desenvolvido”, afirmou o porta-voz do governo sul-africano.

Maharaj, um antigo companheiro de prisão de Nelson Mandela e que retirou clandestinamente o manuscrito que o líder africano redigiu em sua cela, afirmou que o propósito dos Brics ao se aliar a outros países em desenvolvimento é mudar a governança do mundo.

“Nós queremos criar um mundo no qual todos sejamos iguais e onde as regras se ajustem a todos”, afirmou.

Por este motivo, “gostaríamos que se produzissem mudanças nas Nações Unidas, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial, e esse processo começa por criar um novo banco de desenvolvimento (dos Brics)”, disse Maharaj.

O porta-voz afirmou que o encontro dos líderes dos Brics com os presidentes sul-americanos não busca marginalizar outros países em desenvolvimento, como os africanos.

“O encontro com os países sul-americanos é um exercício complementar ao que fizemos em Durban com todos os países da África”, disse ao se referir à 5ª Cúpula dos Brics, realizada na África do Sul no ano passado.

“Somos conscientes de que cada país tem certos interesses específicos, mas sabemos que se queremos combater a pobreza e criar emprego temos que nos manter unidos”, acrescentou. EFE

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