Evento da CNA na COP28 discute o papel do Brasil na transição energética e no combate à fome
Realizada em Dubai, Conferência da ONU para o Clima abriu espaço para o Dia do Agro, idealizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu neste domingo, 10, o Dia do Agro na COP 28, em Dubai, abordando o desafio de conciliar segurança alimentar, energética e climática. Gedeão Pereira, vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, moderou o debate, destacando o papel do Brasil no combate à fome e enfatizando o crescimento da atividade agropecuária brasileira graças à tecnologia e ao compromisso com a sustentabilidade. Pereira ressaltou que a área preservada no Brasil supera muitos países da União Europeia e destacou a contribuição social da agricultura brasileira na redução da inflação em todo o mundo. “Não há como se discutir meio ambiente sem segurança alimentar”, disse.
A produtora rural Ana Carolina Zimmermann, representante da Comissão Nacional de Novas Lideranças da CNA, abordou os desafios dos jovens na agropecuária do Brasil para a COP 28, defendendo maior participação da juventude rural na formulação de políticas públicas. Ela também enfatizou a sustentabilidade nos pilares social, ambiental e econômico. Adriano Santhiago, coordenador-geral de Mudanças Climáticas do Ministério da Agricultura, destacou a agropecuária como parte da solução para o aquecimento global, mencionando tecnologias e políticas públicas como a agricultura de baixa emissão de carbono.
No segundo painel, especialistas discutiram o mercado de carbono. O diplomata Roberto Azevedo, presidente da Iniciativa Internacional para o Agronegócio Brasileiro, afirmou que o mercado de carbono é uma realidade global. “O mercado vai acontecer. A questão é quando. Até porque será uma forma de harmonizar a relação entre os países e no esforço de descarbonização. Mas é um tema complexo que exige muita conversa, muita base científica e estamos aqui conversando com peritos para dar uma direção certa para o produtor”, disse. O professor Carlos Eduardo Cerri reconheceu desafios, mas apontou oportunidades para o Brasil.
Grazielle Parenti, vice-presidente de sustentabilidade da Syngenta, mencionou a importância da regularização fundiária no contexto do mercado de carbono, enquanto Daniel Vargas, do Observatório de Bioeconomia da FGV, destacou a necessidade de valorizar o potencial verde do Brasil. “Deve-se olhar para o agro como prioridade e como um setor estratégico que gera serviços ambientais para acelerar esse processo. Temos um estoque verde dentro e fora da propriedade e não podemos perder competitividade”, alertou Vargas. Eduardo Bastos, diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), destacou o potencial do Brasil na geração de crédito de carbono e atração de financiamentos.
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