AI condena repressão policial “abusiva” a protesto de professores no Paraná

  • Por Agencia EFE
  • 30/04/2015 16h54

Rio de Janeiro, 30 abr (EFE).- A Anistia Internacional (AI) condenou nesta quinta-feira a repressão policial ao protesto de professores ocorrido ontem na cidade de Curitiba, no Paraná, no qual cerca de 200 pessoas ficaram feridas.

A ONG criticou o “uso desproporcional” de força e o “uso abusivo” de armas não letais como balas de borracha, gás lacrimogêneo, spray de pimenta, jatos de água e cachorros, que morderam os manifestantes e jornalistas.

O diretor-executivo da AI no Brasil, Atila Roque, pediu uma investigação “célere e independente”, ressaltando que é fundamental que “as autoridades do alto escalão também sejam responsabilizadas pelo que ocorreu”

“A polícia não age por conta própria e as falas das autoridades mostram que para o governo a ação policial foi adequada. Isso é um agressão à liberdade de expressão e ao direito à manifestação pacífica”, afirmou Roque em comunicado.

Segundo a Anistia Internacional, 17 policiais foram detidos por ter se recusado a participar da repressão da manifestação, mas a informação foi negada por uma porta-voz da Secretaria de Segurança do Paraná.

A manifestação dos professores reuniu cerca de 20.000 pessoas no centro de Curitiba e foi convocada em protesto contra a modificação das regras de aposentadoria do serviço público.

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), responsabilizou os manifestantes pelos distúrbios e defendeu a ação policial, garantindo que o tumulto foi gerado por “black blocs”

A polícia deteve 23 manifestantes, alguns deles supostamente relacionados com atos violentos cometidos em novos protestos, e todos eles foram postos em liberdade após assinar uma declaração de responsabilidade.

Cerca de 200 pessoas ficaram feridas e 65 deles tiveram que receber atendimento médico em hospitais, das quais 21 são policiais e 44 manifestantes, segundo a Secretaria de Segurança Pública.

O governo estadual anunciou a abertura de uma investigação de conduta dos agentes que participaram da repressão aos protestos. EFE

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