Al Sisi rejeita intervir em assuntos judiciais após condenação de jornalistas
Cairo, 24 jun (EFE).- O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, anunciou nesta terça-feira que não interferirá nas decisões da justiça, um dia depois que um tribunal condenou vários jornalistas da televisão catariana “Al Jazeera” a penas de entre sete e dez anos de prisão.
Estas sentenças foram muito criticadas pelas potências ocidentais e os grupos de direitos humanos, que pediram a Al Sisi que indulte os repórteres.
Em discurso na Academia de Guerra, durante uma cerimônia de graduação, o líder egípcio expressou sua rejeição a intervir nos assuntos de qualquer instituição do Estado.
Al Sisi aproveitou sua alocução para pedir unidade e elogiar o papel do Exército e a polícia como “pilar da segurança”.
O presidente pediu aos egípcios que façam sacrifícios pela pátria e revelou que vai renunciar à metade de seu salário e de suas propriedades.
As declarações de Al Sisi sobre o caso da “Al Jazeera” se somam às do Ministério das Relações Exteriores, que rejeitou de maneira taxativa as críticas internacionais à polêmica decisão.
O Ministério defendeu a independência da Justiça egípcia e denunciou “a intervenção nos assuntos internos do Egito”.
Ontem, um tribunal egípcio condenou 18 pessoas, entre elas oito jornalistas da “Al Jazeera”, a sete e dez anos de prisão por divulgar notícias falsas sobre o Egito e colaborar com a Irmandade Muçulmana.
Entre eles figura o correspondente australiano Peter Greste, o egípcio com passaporte canadense Mohammed Fahmy, os britânicos Sue Turton e Dominic Kane, e a holandesa Rena Netjes.
Os governos holandês e britânico convocaram ontem os embaixadores egípcios em seus respectivos países para pedir explicações sobre as penas a seus cidadãos, todos eles sentenciados a dez anos de prisão e julgados à revelia.
O secretário de Estado americano, John Kerry, qualificou de “draconianas” as sentenças, enquanto a Anistia Internacional denunciou um “ataque feroz à liberdade de imprensa”.
As autoridades egípcias fecharam os escritórios da “Al Jazeera” no Cairo e acusam esta televisão de colaborar com a Irmandade Muçulmana -declarados grupo terrorista- e divulgar informações que não mostravam a realidade do Egito. EFE
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