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Alemanha expulsa representante dos serviços secretos dos EUA em Berlim

Berlim, 10 jul (EFE).- O governo alemão anunciou nesta quinta-feira que pediu ao representante máximo dos serviços secretos americano da embaixada dos Estados Unidos em Berlim a abandonar o país.

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O porta-voz da Chancelaria, Steffen Seibert, informou a decisão em comunicado após os dois últimos casos de suposta espionagem americana detectados na Alemanha na última semana.

“A solicitação foi feita à luz da investigação realizada pelo procurador-geral, assim como pelos meses que passaram sem respostas sobre as atividades dos serviços secretos dos EUA na Alemanha”, argumentou o porta-voz.

Seibert acrescentou que o executivo da chanceler, Angela Merkel, leva “muito a sério” esse assunto, apesar de considerar “indispensável” uma cooperação “próxima e de confiança” com Washington “em interesse da segurança de seus cidadãos e de suas missões no exterior”.

Para manter esse tipo de relação bilateral é “necessária” a “confiança mútua” e a “transparência”, disse Seibert, o que Berlim “espera de seus parceiros mais próximos”.

Pouco antes desse comunicado, Merkel havia defendido esperar até que terminassem as investigações em andamento para estudar possíveis consequências.

Em entrevista coletiva, a chefe do governo alemão disse que não “queria especular” sobre as medidas que o Executivo tomaria, depois que vários veículos de imprensa avisaram que estava cogitando a expulsão do contato na embaixada dos EUA em Berlim dos dois supostos espiões detectados nos últimos sete dias.

Segundo sua opinião, é necessário que os fatos primeiro fiquem “suficientemente claros”, algo no que será decisiva a investigação da Procuradoria-Geral.

Merkel resumiu como “perda de energia” espionar parceiros quando há “enormes problemas” no momento, como o do terrorismo jihadistas.

“A Guerra Fria terminou”, as tarefas dos serviços secretos no século XXI devem ser outras muito distintas, e o fundamental é manter a “confiança” entre aliados que “compartilham valores”, acrescentou.

“Em tempos como este é decisivo manter a confiança, porque mais confiança significa mais segurança”, argumentou.

Por sua vez, o ministro do Interior, Thomas de Maizière, disse que a Alemanha está decidida a “fortalecer” a proteção de suas comunicações e os trabalhos de contrainteligência, “essenciais” para a defesa da democracia.

Segundo as primeiras investigações, explicou, os supostos espiões detectados na última semana não tinham tido acesso a nenhum tipo de informação importante.

A Procuradoria-Geral anunciou ontem que vem investigando pessoas que trabalham no Ministério da Defesa alemão diante da possibilidade de que tivesse vazado informação aos serviços secretos dos EUA. EFE

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