Aliados elogiam plano dos EUA de enviar mais militares para leste da Europa

  • Por Agencia EFE
  • 03/06/2014 17h35
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Bruxelas, 3 jun (EFE).- Os países da Otan apoiaram nesta terça-feira o plano dos Estados Unidos de investir US$ 1 bilhão para aumentar a presença militar no leste da Europa, consequência da crise russo-ucraniana e do temor de países como a Polônia de um afã expansionista de Moscou na região.

Os ministros da Defesa da Aliança Atlântica, reunidos em Bruxelas, deram as boas-vindas ao plano por considerá-lo “outro sinal de liderança e determinação”, segundo o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, que ao respaldar o anúncio americano disse que ele “ajudará a impulsionar os exercícios militares e melhorará a infraestrutura na Europa”.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje em Varsóvia que pediu autorização do Congresso para investir US$ 1 bilhão no reforço da presença americana em territórios aliados como a Polônia e países bálticos, e também para exercícios militares com ex-repúblicas soviéticas como Moldávia, Geórgia e a própria Ucrânia.

Esse recurso também servirá para aumentar o grau de reação das forças americanas na Otan e explorar iniciativas relacionadas com o pré-posicionamento de equipamentos e a melhoria das instalações das infraestruturas europeias.

Outros objetivos são o aumento da participação da Marinha dos EUA nos desdobramentos da força naval aliada no Mar Negro e no Mediterrâneo, e construir as capacidades de “amigos próximos” como Geórgia, Moldávia e Ucrânia, de modo que “possam trabalhar melhor junto aos EUA e à Otan” e dispor de sua própria defesa.

Os ministros também apoiaram a proposta de Rasmussen de promover um plano de ação para melhorar a disposição das forças aliadas, que veem nele uma “resposta coerente aos desafios de longo prazo enfrentados pela segurança” da Aliança por causa da crise russo-ucraniana, disseram as fontes.

Os ministros apoiaram o desenvolvimento do plano na cúpula da Otan que será realizada dias 4 e 5 de setembro no País de Gales, pra que seja aprovado pelos presidentes membros da organização.

Analistas militares serão os responsáveis por elaborar o conteúdo do plano, mas as fontes já anteciparam que ele incluirá maior nível de reação da força de resposta da Otan, medidas de reforço e um programa específico de exercícios militares.

“Não estamos falando de ter uma presença permanente no leste da Europa, mas a presença de longo prazo que tivermos terá que ser discutida pelos aliados. E o que for decidido fará parte do plano”, explicou Rasmussen.

Ele ressaltou que o plano americano será “uma contribuição financeira importante para realizar a visão do plano de ação”.

Também insistiu que o reforço da Aliança está alinhado com a ata de fundação da OTAN-Rússia, o acordo base que regula as relações entre as duas partes desde 1997 e que estabelece que os países-membros a partir de então não podem acolher grandes contingentes militares.

Na reunião, Alemanha, Dinamarca e Polônia anunciaram um acordo para trabalhar no reforço da disposição do Corpo Multinacional Nordeste da Otan, que tem seu quartel- general na cidade polonesa de Szczecin, e convidaram outros aliados para que apresentem suas contribuições.

As fontes qualificaram esse quartel de estratégico para o planejamento e a organização de exercícios e a gestão e controle do comando das forças aliadas.

Por outro lado, Rasmussen confirmou que Moscou está retirando as tropas concentradas na fronteira ucraniana, que chegaram a 40 mil soldados, mas insistiu em uma retirada “total”, já que fontes militares ainda cifram em “milhares” o efetivo russo na área.

Os aliados tiveram a oportunidade de passar ao ministro interino de Defesa da Ucrânia, Mikhail Koval, sua disposição de apoiar o país em assessoria e material técnico, e confirmaram que a Otan espera ter pronto um pacote completo de assistência até o fim do mês. EFE

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