América Latina ampliou cobertura de saúde para mais 46 milhões em 15 anos

  • Por Agencia EFE
  • 22/06/2015 19h07

Washington, 22 jun (EFE).- A cobertura sanitária na América Latina passou a atingir mais 46 milhões de pessoas nos últimos 15 anos, mostrou um relatório apresentado nesta segunda-feira pela Organização Pan-americana da Saúde (OPS) e pelo Banco Mundial (BM).

“Em muitos de nossos Estados-membros estamos vendo avanços significativos no número de pessoas cobertas, na quantidade de serviços oferecidos, no número de doenças com cobertura, na imunização e a redução da mortalidade de mães e crianças”, explicou à Efe a diretora da OPS, Carissa Etienne.

“No entanto, continua a haver desigualdade e podemos fazer muito mais em eficiência. Devemos aumentar a cobertura sanitária especialmente para os mais pobres da sociedade”, acrescentou Etienne.

Para elaborar este estudo, a OPS e o BM analisaram os dados de nove países da região (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Jamaica, México e Peru).

“Escolhemos estes países porque eram os que tinham dados disponíveis, temos um problema muito sério de limitação dos dados de pesquisa de famílias e de dados administrativos em nossos países”, explicou Gisela Almeida, assessora de sistemas e serviços de saúde da OPS.

O estudo mostrou que todos os países analisados progrediram em cobertura nominal, ou seja, que o número de pessoas com acesso à saúde aumentou significativamente, seja pelo serviço público ou via plano privado.

Colômbia, Chile e Uruguai (país estudado em algumas seções do relatório) conseguiram “igualar os benefícios dos planos subsidiados e contributivos”.

“Antes os subsidiados tinham um pacote diferente do contributivo, normalmente fornecido pelo empregador, mas estes países conseguiram pôr um e outro no mesmo nível de qualidade”, explicou Almeida.

Uma das conclusões fundamentais do estudo foi que a ampliação da cobertura sanitária na região deriva do reconhecimento feito nos últimos 30 anos pelos países latino-americanos e caribenhos da saúde como um direito.

“Os países se comprometeram a proteger este direito ratificando convenções internacionais e incluindo disposições constitucionais para garantir o acesso à atenção sanitária para todos”, afirmou o relatório.

Para Tim Evans, diretor de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial, essa evolução na América Latina e no Caribe é um exemplo para outros países do mundo que estão debatendo adotar esse tipo de medidas.

“Para muitos outros países do mundo que vão começar reformas nesse sentido, isto (o avanço na América Latina e no Caribe) sugere que um progresso muito tangível é possível”, disse Evans. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.