Analistas da OSCE chegam ao local da queda do avião da Malaysia Airlines

  • Por Agencia EFE
  • 19/07/2014 10h02

Redação Central, 19 jul (EFE).- Um grupo de analistas da OSCE se transformou neste sábado na primeiro equipe internacional a chegar no local onde caiu dois dias atrás um avião da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, em meio ao temor pela possível destruição de provas e o roubo de corpos denunciados por Kiev.

Segundo pôde constatar a Agência Efe, os representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) conseguiram chegar a um campo aberto na cidade de Grabovo, na região de Donetsk.

Ontem, o grupo teve acesso negado, e hoje só conseguiu chegar ao local após intensa discussão com milicianos pró-russos.

“Se vocês não me deixaram fazer meu trabalho, me queixarei a (Aleksandr) Borodai”, disse o suíço Alex Hug, chefe da missão internacional da OSCE para a Ucrânia, se referindo ao líder dos insurgentes pró-russos.

Após aproximadamente 30 minutos de debate, os especialistas se resignaram a seguir a rota indicada pelos milicianos, que impediram a saída da estrada que corta o descampado onde a aeronave caiu, com a desculpa de não obstruir o trabalho dos serviços de resgate.

A região, localizada a cerca de 80 quilômetros da capital regional, Donetsk, apresenta um cenário catastrófico. Um grande fragmento da fuselagem do avião permite se ver claramente o emblema da companhia aérea Malaysia Airlines.

Outras partes menores do aparelho estão espalhadas por uma grande área, assim como corpos de homens e mulheres que estavam no voo MH17, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur.

Dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo deixaram mensagens de solidariedade nos registros de condolências criados na Holanda em memória das vítimas. Entre as assinaturas está a do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.

Em Kuala Lumpur, o ministro de Transporte da Malásia, Liow Tiong Lai, reivindicou hoje que se proteja a integridade da região onde se encontram os destroços através de um “corredor seguro”.

“É importante que não se comprometa a integridade do lugar do acidente e que se garanta que não se retiram provas da cena”, disse a autoridade em entrevista coletiva.

Segundo o ministro, que viajará hoje à Ucrânia, “o mundo tem a obrigação moral de garantir que os corpos sejam retirados com respeito. Precisamos de ajuda para que não se manipule a região, nem as provas. Esperamos que a justiça prevaleça”, completou.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou ontem que, segundo informações de inteligência, o avião foi abatido por um míssil terra-ar lançado desde uma área controlada pelos separatistas respaldados pela Rússia na Ucrânia.

Obama não envolveu Moscou diretamente, mas garantiu que “não é possível para esses separatistas operarem como fazem sem equipamento sofisticado, além de um treino sofisticado, e ambos procedem da Rússia”, explicou.

O presidente americano já concluiu com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, que Moscou terá que enfrentar sanções adicionais se não deixar de encorajar a instabilidade na Ucrânia. EFE

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