Aparição de arma de Nisman na casa de sua mãe gera polêmica em investigação

  • Por Agencia EFE
  • 15/04/2015 13h33
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Buenos Aires, 15 abr (EFE).- Uma arma achada em nome de Alberto Nisman na casa da mãe do promotor argentino aumentou nesta quarta-feira a polêmica em torno da investigação da morte, que quase três meses depois segue sem esclarecimento, enquanto continuam a troca de acusações entre a denúncia, a investigação e o governo.

A ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, que atua como querelante em representação de suas duas filhas, disse desconhecer a existência da arma e afirmou que “isto muda tudo, muda o cenário” da causa, em declarações feitas à rádio “Vorterix”.

A pistola de calibre 22, igual a que foi achada junto ao corpo de Nisman, uniu-se às provas da investigação na terça-feira, depois que a mãe, Sara Garfunkel, ampliou sua declaração para informar que tinha encontrado uma arma entre os pertences de seu filho guardados em seu domicílio, segundo fontes da investigação consultadas pela agência oficial “Telam”.

“Vivemos em quatro lugares juntos, tenho a certeza de que nunca houve nenhuma arma nos dois primeiros. Nunca soube que ele tinha uma arma e tenho certeza de que ela não esteve em nossa casa. Não faço ideia de quando foi adquirida”, explicou Salgado.

No entanto, a promotora encarregada de investigar a morte de Nisman, Viviana Fein, cujo trabalho é questionado pela denúncia, assegurou hoje que a arma achada “não modifica a investigação” e que segue trabalhando para determinar “se foi suicídio, homicídio ou suicídio induzido”.

Desde o governo, o chefe de ministros, Aníbal Fernández, aumentou a polêmica ao assegurar que há “coisas muito estranhas” com relação à mãe de Nisman, como o fato de que quando ainda não tinha sido enterrado, foi tirar coisas da caixa de segurança do promotor, além de não ter informado antes sobre a existência da arma.

“E se na caixa havia uma carta suicida ou havia elementos que revelassem que havia credores ou devedores que poderiam motivar a situação de morte do promotor?”, questionou o chefe de ministros, durante seu encontro diário com os meios de comunicação.

Além disso, Fernández opinou que a revista no domicílio de Sara Garfunkel deveria ter sido realizada antes.

Aníbal Fernández já tinha sido centro dos olhares ontem, quando acusou a ex-mulher de Nisman de pôr impedimentos à investigação e de tentar instalar a hipótese de homicídio par cobrar seguros.

Salgado considerou hoje “muito triste” que o chefe de ministros tenha dito que a mesma persegue uma possível indenização e lembrou que suas filhas perderam seu pai e “não há dinheiro no mundo que o substitua”.

Segundo a investigação da Promotoria, Nisman morreu em 18 de janeiro por um disparo na cabeça em seu domicílio de Buenos Aires, em circunstâncias ainda sem esclarecimentio, dias após apresentar uma denúncia contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, por suposto encobrimento a terroristas.

No entanto, os peritos contratados pela denúncia sustentam que Nisman foi assassinado em 17 de janeiro no banheiro de sua casa com um tiro na cabeça e que seu corpo foi movido de sua posição original. EFE

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