Apesar de incidentes, OSCE confirma cumprimento do cessar-fogo na Ucrânia
Kiev, 15 fev (EFE).- A missão especial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) confirmou neste domingo que o cessar-fogo iniciado às 0h locais (20h de sábado em Brasília) no leste da Ucrânia foi cumprido durante as 12 primeiras horas, embora com o registro de alguns incidentes.
“Nas primeiras 12 horas o cessar-fogo foi respeitado, com algumas exceções, especialmente em Debaltsevo, Raigorod e Lugansk”, disse em entrevista coletiva o chefe da missão especial da OSCE, Ertugrul Apakan.
O diplomata turco, que admitiu ter recebido várias denúncias não confirmadas de violações à trégua, destacou que os dados foram obtidos por meio dos 20 grupos de observadores que foram enviados à região pouco antes do início do cessar-fogo entre as tropas ucranianas e os separatistas pró-Russia.
Apakan acrescentou que não recebeu relatórios de descumprimento do novo acordo no entorno de Mariupol, a segunda maior cidade da região de Donetsk, comandada pelas forças governamentais.
Sobre a situação na própria Donetsk, o principal reduto dos rebeldes pró-Rússia, assinalou que minutos depois da trégua entrar em vigor disparos com armas leves e três explosões de mísseis Grad foram registrados, mas os ânimos se acalmaram ao longo da madrugada.
Apakan confirmou as queixas das autoridades ucranianas sobre um grupo de membros da missão da OSCE impedido pelos separatistas de entrar em Debaltsevo, onde os rebeldes afirmam que mantêm cercados 6 mil soldados ucranianos.
Os arredores de Debaltsevo, estratégico entroncamento ferroviário entre Donetsk e Lugansk, cidades controladas pelos rebeldes pró-Rússia, foram palco de intensos confrontos nas últimas semanas.
O cessar-fogo é o primeiro dos treze pontos do novo acordo para solucionar o conflito no leste do país. Desde o início dos enfrentamentos, em abril do ano passado, mais de 6 mil pessoas morreram, entre combatentes e civis.
O segundo passo do acordo, aprovado pelos líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha na recente cúpula de Minsk, é a retirada do armamento pesado da linha de separação das forças, que deve ter início na próxima terça-feira e ser concluído em no máximo duas semanas. EFE
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