Assinatura de 54 acordos em visita de Jinping consolida aliança Brasil-China

  • Por Agencia EFE
  • 17/07/2014 19h20
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Brasília, 17 jul (EFE).- A assinatura de 54 acordos em diversas áreas durante a primeira visita de Estado ao Brasil do presidente da China, Xi Jinping, consolidou nesta quinta-feira a aliança entre as duas maiores economias da América Latina e da Ásia.

Os acordos, dos quais 32 foram assinados nesta quinta-feira em Brasília em cerimônia liderada por Xi Jinping e pela presidente Dilma Rousseff, incluem investimentos milionários chineses em áreas de energia, informática e o setor automotivo.

Os dois presidentes destacaram que a visita reforçou a aliança estratégica entre os dois países e tornou a China o maior parceiro comercial brasileiro desde 2009, e fez do Brasil o maior destino do investimento chinês na América Latina.

“Avançamos da melhor forma possível rumo a uma associação estratégica, sólida e promissora. Anunciamos juntos novos investimentos e a ampliação de nossa cooperação em todas as áreas”, afirmou Dilma ao brindar a assinatura durante um almoço no Itamaraty.

A presidente informou que o crescimento e a diversificação dos investimentos da China no Brasil traçam um futuro promissor para os países.

“O balanço não poderia ser mais positivo, e o futuro não pode ser mais promissor”, discursou Dilma após uma reunião de quase três horas com o presidente chinês e no qual destacou que o comércio bilateral saltou de US$ 3 bilhões anuais antes da associação estratégica para quase US$ 90 bilhões em 2013.

A China pretende “continuar a estimular o investimento em setores como os de petróleo, mineração, energia elétrica e siderurgia no Brasil”, disse Jinping, após prometer “continuar com a construção de ferrovias e outras obras de infraestrutura” no país.

Dois dos acordos assinados garantem à Embraer a venda de 60 aeronaves dos modelos E190 e E190-E2, duas de suas maiores aeronaves, a uma companhia aérea e a um banco chinês por US$ 2,86 bilhões.

A Embraer também fechou a venda de 40 aeronaves à companhia aérea Tianjin Airlines e de 20 aviões do modelo E190, com capacidade para 100 passageiros, ao Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).

No setor elétrico brasileiro, no qual a China já tem importante participação, foram assinados acordos que garantem a participação chinesa em linhas de transmissão de alta tensão da usina de Belo Monte e na construção de uma nova no rio Tapajós.

Também foi anunciado um investimento de US$ 300 milhões do fabricante chinês de máquinas para construção Sany em uma fábrica em Jacareí e outro de US$ 400 milhões da montadora Chery em uma nova fábrica.

A chinesa Build Your Dream (BYD) assinou um acordo para fabricar no Brasil baterias recarregáveis e sistemas de armazenamento de energia, e outro acordo permite à China desenvolver no Brasil tecnologias para a computação na nuvem.

Vários acordos entre os bancos de desenvolvimento e de incentivo às exportações de Brasil e China permitem ampliar os canais de crédito tanto para os exportadores como para os investidores interessados em negócios entre os dois países.

Um deles eleva até US$ 5 bilhões a linha de crédito que o banco chinês de fomento às exportações, Eximbank, oferece à brasileira Vale.

Também foi assinado um memorando de cooperação na área ferroviária que poderá garantir o investimento de empresas chinesas em ferrovias no país.

Dilma destacou o interesse chinês na concessão que será oferecida pelo governo para operar uma ferrovia de 354 quilômetros entre as cidades de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, e Campinorte, em Goiás.

Esta linha é de grande interesse para a China por fazer parte do projeto ferroviário entre Brasil e Peru que atravessará a América do Sul e ligará os oceanos Atlântico e Pacífico.

Um acordo de cooperação na área de defesa compromete os dois países no desenvolvimento de sensores e tecnologias de vigilância remota para melhorar a fiscalização de fronteiras terrestres.

Na área educativa, foi estipulado um investimento chinês de US$ 100 milhões em uma “cidade inteligente digital” no estado do Tocantins e a abertura de novas sedes do Instituto Confúcio em universidades brasileiras para que estudantes possam aprender chinês. EFE

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