Astrônomos conseguem imagens mais claras da formação de planetas

  • Por Agencia EFE
  • 06/11/2014 20h18

Washington, 6 nov (EFE).- O radiotelescópio ALMA, situado no Deserto do Atacama, no Chile, permitiu aos astrônomos capturar as melhores imagens conseguidas até agora da formação de um planeta em torno de uma estrela, informou nesta quinta-feira o Observatório Nacional de Rádioastronomia (NRAO).

Estas imagens, conseguidas graças às novas capacidades de alta resolução do Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA), revelam com um detalhamento sem precedentes o disco de formação de planetas que rodeia à estrela anã branca HL Tau, localizada a 450 anos-luz da Terra.

A HL Tau é uma estrela similar ao sol e extremamente jovem da constelação Touro, em cujo sistema o radiotelescópio ALMA identificou, com riqueza de detalhes, múltiplos anéis concêntricos separados por espaços claramente definidos, o que sugere que a formação planetária está bem desenvolvida em torno dela.

“Estas características são quase com certeza o resultado da formação de corpos similares a planetas no disco”, disse o subdiretor do ALMA, Stuartt Corder, em comunicado.

“Isto é surpreendente porque a HL Tau não tem mais de um milhão de anos e de estrelas tão jovens não se espera que tenham corpos planetários tão grandes como para produzir estruturas como as que vemos nesta imagem”, acrescentou.

Acredita-se que todas as estrelas se formam em nuvens de gás e poeira que colapsam sob a gravidade e, em torno delas, com o tempo, as partículas de poeira vão se aderindo entre si e gerando areia, pedras e rochas que eventualmente se assentam em um disco protoplanetário onde se formam os asteroides, os cometas e os planetas, explicou o NRAO.

Uma vez que estes corpos planetários adquirem massa suficiente, reconfiguram a forma da estrutura do disco no qual nascem, criando discos com espaços intermediários à medida que os planetas limpam suas órbitas de material e conduzem a poeira e o gás a zonas mais precisas.

A nova imagem do ALMA mostra estas características com “excelente detalhamento”, proporcionando a visão mais clara até agora da formação dos planetas e uma “prova direta que a natureza e a teoria estão muito concordes”, segundo o observatório.

“Na primeira vez em que vi estas imagens achei que se tratavam de uma simulação”, disse Tony Beasley, diretor do NRAO, que antecipou que certamente poderão ver no futuro com este radiotelescópio “discos mais complexos” e inclusive “os planetas cruzando os espaços vazios entre os discos”.

“Este é um momento muito emocionante e o começo de um longo viagem para o ALMA”, finalizou.

O ALMA é uma instalação astronômica internacional na qual cooperam países da Europa, América do Norte, do Leste da Ásia e o Chile. EFE

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