Bamaco, 5 jan (EFE).- Um ataque de vários grupos jihadistas causou pelo menos seis mortes nesta segunda-feira em Nampala, pequena cidade do norte do Mali junto à fronteira com a Mauritânia, informaram à Agência Efe fontes policiais locais.
O ataque, que ainda não foi confirmado pelo governo, ocorreu nesta madrugada, quando cerca de 12 veículos com militantes jihadistas do movimento Monoteísmo e Jihad na África do Oeste (MYAO) e da Al Qaeda cercaram Nampala, 530 quilômetros ao norte de Bamaco e sede de um acampamento militar.
Com gritos de “Allahu Akbar” (Deus é grande), comuns entre os jihadistas, e com a bandeira negra salafista, os atacantes tentaram tomar o controle da cidade.
Fontes locais disseram que os jihadistas chegaram a dominar pelo menos alguns bairros de Nampala, onde tremularam a bandeira negra salafista.
O Exército, que se limitou a reconhecer que há “turbulências” na região, precisou de reforços dos acampamentos de Segou e de Nara antes de enfrentar os jihadistas e, após várias horas de confronto, os expulsaram de Nampala. Os juhadistas fugiram em direção à fronteira mauritana.
Pelo menos dois dos mortos são militares, segundo informaram fontes da ONU, mas ainda não se sabe a identidade do restante.
A alta hierarquia militar do Mali realiza neste momento uma reunião extraordinária para analisar o ocorrido, ao considerar o incidente como muito grave.
Nas operações de rastreamento do Exército, fontes locais afirmaram que todos os habitantes de “pele clara” (tuaregues ou árabes) são considerados suspeitos, o que pode aumentar ainda mais a tensão em uma zona tradicionalmente enfrentada pelo governo central de Bamaco.
No domingo, e longe de Nampala, houve outro incidente atribuído a “terroristas” (não foi divulgado se foram jihadistas ou simplesmente separatistas tuaregues), quando um veículo da força de estabilização da ONU (Minusma) passou por cima de uma mina e oito de seus integrantes ficaram feridos, três deles gravemente.
A explosão ocorreu na manhã de domingo nas redondezas da cidade de Ansongo, situada cem quilômetros ao sul de Gao, no sudeste malinês, perto da fronteira com Burkina Fasso.
A Minusma tem cerca de 9.300 soldados posicionados no norte e no leste do Mali, na chamada Faixa do Azawad, onde grupos jihadistas isolados, além de movimentos tuaregue rebeldes, atacam com frequência o Exército malinês, a missão da ONU e grupos rivais. EFE