Ativista paraguaio elogia Brasil por pedir liberação de documentos aos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 30/03/2014 20h24

Assunção, 30 mar (EFE).- O ativista paraguaio Martín Almada, que descobriu arquivos oficiais que revelavam abusos da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), parabenizou neste domingo o Senado brasileiro, que pediu para os Estados Unidos liberarem os documentos secretos sobre o golpe de 1964.

Almada, que foi torturado durante o regime de Stroessner, na chamada Operação Condor, afirmou que a iniciativas como essa são necessárias para que “nunca mais exista terrorismo de Estado na América Latina”.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, enviou uma carta endereçada ao vice-presidente dos EUA Joseph Biden, solicitando a liberação dos arquivos.

Em mensagem enviada a Calheiros, Almada lembrou que o golpe contra o então presidente João Goulart foi o ponto de partida para a instalação da Operação Condor nos países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai).

Segundo o ativista, a Operação Condor, um pacto entre essas ditaduras nas décadas de 70 e 80 para eliminar os dissidentes, “deixou mais de 100 mil mortos da classe operária e intelectuais da região”.

Vários documentos desclassificados pelos Estados Unidos nos últimos anos revelaram que a Casa Branca e o Pentágono estimularam o golpe que em 1º de abril de 1964 derrubou Goulart.

Em sua carta, Almada ressaltou que estes fatos devem sair da “penumbra da história” e manifestou seu desejo de que a Comissão da Verdade do Brasil esclareça o passado e fortaleça os direitos humanos na região.

Almada descobriu em 1992 os chamados Arquivos do Terror, documentos oficiais que relatavam as violações contra os direitos humanos cometidas pela ditadura de Stroessner.

No final de fevereiro, Almada pediu ao governo da França que abra os arquivos relativos às ditaduras do Cone Sul, como já solicitou a outros países europeus e ao Vaticano. EFE

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