Aumenta o número de bloqueios de caminhoneiros em rodovias federais

  • Por Reuters
  • 25/02/2015 14h11

Caminhoneiros em greve fecham estrada da cidade de Betim (MG)

EFE Caminhoneiros fecham estradas em MG

Os protestos de caminhoneiros se ampliaram nesta manhã para quase cem interdições em rodovias federais, em dez Estados, prejudicando o transporte de combustíveis, alimentos e matérias-primas no Brasil.

As manifestações dos caminhoneiros, que entraram nesta quarta-feira no seu oitavo dia, bloqueavam 99 pontos de rodovias federais, segundo o último boletim da Polícia Rodoviária –no início da manhã eram 97 pontos de interdição.

Os motoristas de caminhões reivindicam custos menores com impostos e diesel, além de uma melhora nas taxas de frete.

Os problemas aumentaram nesta quarta-feira, de uma maneira geral no Brasil, apesar de o governo ter obtido liminares na Justiça que determinam a liberação das rodovias em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Mato Grosso do Sul e nas cidades de Pelotas (RS), Porto Alegre e Curitiba, segundo informação da Advogacia-Geral da União (AGU).

Além as ações judiciais, nesta tarde o governo vai mediar uma reunião entre empresários e representantes dos caminhoneiros, visando pôr fim aos protestos.

Mas o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, já descartou na terça-feira reduzir o preço do diesel.

Por volta das 10h30, havia um total de 99 interdições em rodovias nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, segundo relatório publicado pela Polícia Rodoviária Federal, na internet.

O Estado com mais interdições é o Rio Grande do Sul, com 36 bloqueios, seguido por Santa Catarina (22), Paraná (19), e Mato Grosso (10). Em Minas Gerais, a polícia registra apenas uma interdição nesta quarta-feira, após vários bloqueios na Fernão Dias.

IMPACTOS

Muitos setores estão sentindo fortemente os protestos, mas a agropecuária é um dos que sentem mais os reflexos das manifestações.

A indústria de soja do Brasil, que lidera as exportações agropecuárias brasileiras e é fornecedora chave para a cadeia de alimentos doméstica, vê um agravamento dos gargalos da infraestrutura do país, enquanto indústrias de carnes, como a JBS e a BRF, já estão paralisando algumas unidades.[nL1N0VZ1LS]

Os protestos afetam ainda a colheita de soja, por falta de diesel para o maquinário, em alguns pontos de Mato Grosso.

O recebimento de soja pelas indústrias processadoras, assim como a chegada do grão e derivados nos portos de exportação e para as indústrias de ração, também está afetado.

Seis pontos da BR-163 em Mato Grosso, no trecho sob concessão da Rota do Oeste, permanecem bloqueados nesta manhã em Mato Grosso, informou a companhia em nota nesta manhã.

A BR-163, um dos alvos dos protestos em Mato Grosso, responde por 70 por cento do escoamento da produção agrícola do Estado.

A rodovia também é a única rota de abastecimento de diesel e outros insumos para os municípios da região.

EXPORTAÇÃO SE MANTÉM POR ORA

Segundo Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), os protestos ainda não chegaram a interromper as exportações de soja, que estão em seu início da temporada do Brasil, porque os portos exportadores tinham algum estoque antes do início das manifestações.

Mas, se os protestos continuarem, a soja que estava armazenada nos portos poderá acabar, prejudicando os embarques e gerando custos adicionais, por conta de multas aplicadas em atrasos no embarque de navios.

Na terça-feira, os manifestantes bloquearam o acesso ao porto de Santos, o principal do país, enquanto o número de caminhões levando soja para o porto de Paranaguá está bem aquém do esperado para esta época.

Caminhoneiros liberaram nesta quarta-feira o acesso ao porto de Santos, o principal do país.

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