Autoridade venezuelana se diz chocada com achados paramilitares na fronteira

  • Por Agencia EFE
  • 23/08/2015 21h37

Caracas, 23 ago (EFE).- O vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, disse que ficou “chocado” neste domingo depois que foram achados explosivos, uma prisão clandestina e outras provas da existência do que chamou “paramilitarismo puro” em uma faixa da fronteira com a Colômbia fechada por ordem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

“Isto nos impactou” e “é uma realidade que fala por si só e que demonstra como o capitalismo paramilitar da extrema-direita colombiana tratou de passar para o território venezuelano”, ressaltou Arreaza desde San Antonio, cidade do estado Táchira (oeste).

A autoridade chegou hoje a Táchira em companhia dos titulares das vice-presidências Social, Política e Soberania, Segurança Alimentar, Planejamento e Economia e Finanças para avaliar a execução do estado de exceção durante 60 dias prorrogáveis, decretado nesta sexta-feira por Maduro.

O chefe do Estado também disse que o fechamento da fronteira, decretado na quarta-feira, é por tempo indefinido nesse estado, o menor dos quatro com territórios limítrofes com a Colômbia.

Em uma transmissão da televisão estatal desde a cidade La Invasión, uma esplanada de cerca de 2 mil casas levantadas a 300 metros da fronteira e onde mais de 2,5 mil soldados e policiais seguiam com as investigações iniciadas na véspera, Arreaza mostrou a prisão subterrânea, provavelmente para esconder sequestrados.

O vice-presidente também mostrou explosivos com seus detonantes, dinheiro venezuelano, armas, precursores químicos e vestimentas de grupos paramilitares colombianos.

“Todos sabemos qual é a realidade da República da Colômbia que tanto queremos”, país afetado por uma “perversão social onde o narcotráfico e outros interesses governavam a economia e assim quiseram fazer (também) na Venezuela”, sustentou Arreaza.

Trata-se, acrescentou, de um conflito que “nada têm a ver com a realidade venezuelana”, mas que “já passou a fronteira”.

“Mas o paramilitarismo não vai poder tomar o território venezuelano, esteja ou não esteja a oposição da direita venezuelana com as decisões do povo”, acrescentou em alusão à rejeição à decisão de Maduro de manter fechada a fronteira até que ambas nações definam um novo regime de passagem de pessoas e produtos.

Na zona de Táchira também foi descoberto “um bordel com mais de 500 mulheres de ambas nacionalidades exploradas por paramilitares”, destacou sem atualizar números sobre deportados imigrantes ilegais.

O governador do Táchira, José Vielma Mora, disse na sexta-feira que tinham sido deportados 185 colombianos imigrantes ilegais e detidos oito acusados de serem paramilitares.

Segundo informou hoje o Ministério do Interior da Colômbia, um total de 394 cidadãos colombianos, dos quais 42 são menores de idade, foram deportados pela Venezuela nos últimos dois dias. EFE

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