Autoridades acusam “deliquentes” por disparos contra policiais no Missouri

  • Por Agencia EFE
  • 19/08/2014 13h43

Washington, 19 ago (EFE).- As autoridades do Missouri anunciaram nesta terça-feira que os disparos efetuados contra a polícia local nos distúrbios registrados na noite de ontem na cidade de Ferguson foram efetuados por “delinquentes”, vindos de outras partes dos Estados Unidos ou infiltrados entre os manifestantes.

“Nossos agentes foram atacados com armas de fogo (…) Nem uma só bala foi disparada pelos policiais”, explicou o capitão Ron Johnson, da Patrulha de Estradas do Missouri, em declarações reproduzidas pela imprensa local.

Na noite de ontem, na décima jornada de distúrbios registrada nessa pequena cidade situada nos arredores de Saint Louis (Missouri), 31 pessoas foram detidas e outras duas ficaram feridas por disparos de armas de fogo em mais um protesto contra a morte de um jovem afro-americano por um policial.

Apesar do desdobramento da Guarda Nacional e da divulgação da identidade do agente envolvido na morte do jovem Michael Brown, de 19 anos, a calma ainda não foi estabelecida em Ferguson.

O capitão Johnson, encarregado pela segurança dos protestos, apontou que a grande maioria dos manifestantes se comportou de maneira “pacífica”, mas que um grupo de “delinquentes” tinha aproveitado a ocasião para atacar os policiais com coquetéis molotov e outros projéteis.

Segundo ele, alguns deles não eram da região, mas haviam se deslocado de diversos lugares, como Nova York e Califórnia, perante a notoriedade nacional alcançada pelos distúrbios em Ferguson.

Desta forma, o capitão pediu aos jornalistas no terreno que evitem “embelezar” os atos dos delinquentes.

“Não vou deixar que estes delinquentes que vieram de diferentes partes do país, ou vivem em localidades vizinhas, destruam esta comunidade”, assegurou Johnson notavelmente zangado. Na ocasião, o capitão ainda explicou que duas armas de fogo foram apreendidas em posse dos manifestantes.

O chefe da Patrulha de Estradas recomendou aos manifestantes realizar os protestos durante o dia, medida que, segundo ele, poderia evitar novos atos de violência ao longo da madrugada.

Na última semana, o governador do Missouri, Jay Nixon, encarregou a Patrulha de Estradas do Missouri de respaldar a segurança na cidade, enquanto o desdobramento da Guarda Nacional começou a operar ontem para conter a onda de distúrbios no país.

O próprio presidente americano, Barack Obama, se referiu à situação em Ferguson em uma declaração da Casa Branca, na qual pediu calma à população e anunciou que o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, viajaria amanhã à cidade para acompanhar a investigação federal sobre a morte do jovem e se reunir com líderes da comunidade. EFE

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