Banco do México reduz previsão de crescimento do PIB em 2015 para até 2,5%

  • Por Agencia EFE
  • 12/08/2015 19h37

Cidade do México, 12 ago (EFE).- O Banco do México rebaixou nesta quarta-feira sua previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país para de 1,7% a 2,5% para este ano, e manteve as previsões para 2016 de 2,5% a 3,5%.

Este dado representa uma redução frente às estimativas de janeiro-março, quando a instituição previu que o México cresceria entre 2% e 3%.

Os novos dados se distanciam também das estimativas do governo do México, que se mantêm entre 2,2% e 3,2%, mas podem ser revisados para baixo quando forem divulgados os dados do PIB do segundo trimestre.

Em 2014, a economia mexicana cresceu 2,1%, muito menos que a estimativa inicial do governo mexicano, de 3,9%.

O Banco do México atribuiu o corte na previsão ao fraco desempenho da atividade industrial, ao crescimento moderado da demanda interna, a um entorno econômico volátil e à expectativa pela alta dos juros nos Estados Unidos.

Na apresentação do relatório trimestral abril-junho 2015, o governador da instituição, Agustín Carstens, disse que a previsão pode melhorar se aumentar o dinamismo exportador e a produção industrial, levando em conta a desvalorização da taxa de câmbio.

Por outro lado, ele destacou que se as exportações manufatureiras continuarem afetadas pela baixa produção industrial dos EUA, o PIB pode crescer ainda menos que o esperado.

Sobre a decisão do Banco Popular da China de desvalorizar o iuane em 3,5% em dois dias, Carstens considerou que “apesar de a China ser uma grande economia”, o efeito direto para o México “não será imediato”, e por isso o país deve aproveitar para melhorar sua competitividade.

Ele acrescentou que espera que a desvalorização do iuane tenha um impacto “limitado”, embora na terça-feira tenha feito cair o valor do peso frente ao dólar e levado a bolsa mexicana a recuar 2,08%.

Quanto à desvalorização do peso frente ao dólar, de 23% no último ano, Carstens lembrou que a desvalorização “não foi exclusiva do peso” e afirmou que esta divisa caiu menos que outras significativas no cenário internacional.

“Uma vantagem de uma taxa de câmbio flexível ajuda a economia a absorver choques externos, e isso se consegue na medida em que há uma desvalorização da taxa de câmbio real”, acrescentou, alegando que a desvalorização atual ajudará as exportações.

Carstens disse considerar “adequados” os leilões no México de US$ 200 milhões diários de 31 de julho a 30 de setembro e a possibilidade de acrescentar US$ 200 milhões quando a cotação cair mais de 1%.

“Isso nos permitiu romper a tendência ascendente da taxa de câmbio e absorver choques como as medidas chinesas desta semana”, afirmou.

Carstens avaliou positivamente a baixa inflação de 2,74% de julho frente ao mesmo mês em 2014.

“Conseguimos abater a inflação e atingir a meta permanente de 3%”, isso apesar de um contexto internacional “complexo” e a desvalorização da taxa de câmbio, que teve um efeito limitado, ressaltou o titular do Banco do México. EFE

mqb/id

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.