Bashir deixa a África do Sul apesar da ordem de detenção do TPI

  • Por Agencia EFE
  • 15/06/2015 09h23

Cartum, 15 jun (EFE).- O presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, sobre quem pesa duas ordens internacionais de captura, abandonou nesta segunda-feira Johanesburgo com destino a Cartum no avião presidencial, informaram à Agência Efe fontes governamentais sudanesas.

As fontes precisaram que o avião presidencial decolou às 11h de Johanesburgo (6h, em Brasília) e aterrissará em Cartum às 18h local (12h, em Brasília).

Al Bashir retorna ao Sudão apesar de ontem um tribunal sul-africano ter impedido sua saída do país devido à ordem de detenção emitida pela Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade na região de Darfur.

Sua viagem aconteceu hoje antes do Tribunal Superior de Pretória opinar se o governo sul-africano devia detê-lo, uma decisão que a corte ainda está deliberando.

No entanto, as autoridades de Johanesburgo se opuseram desde a princípio à detenção de Al Bashir e tinham aprovado um decreto para garantir impunidade a todos os líderes que participassem da cúpula africana.

Está previsto que o ministro sudanês das Relações Exteriores, Ibrahim Gandur, ofereça uma entrevista coletiva em Cartum por causa do retorno do presidente.

Por sua vez, o partido governante Conferência Nacional, de Al Bashir, vai organizar uma grande recepção no aeroporto de Cartum para receber ao líder.

No plano internacional, tanto a União Europeia como Nações Unidas pediram nas últimas horas à África do Sul que detivesse Al Bashir.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse hoje que a ordem de detenção emitida pelo TPI deve ser “respeitada e implementada”.

O alto tribunal, com sede em Haia, acusa Al Bashir de responsabilidade por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade na região de Darfur, no oeste do Sudão.

Nessa região explodiu em 2003 um conflito étnico que tirou centenas de milhares de vidas e que provocou uma das piores catástrofes humanitárias de tempos recentes. EFE

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