BC injeta R$ 30 bilhões na economia

  • Por Agencia EFE
  • 25/07/2014 11h03
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Rio de Janeiro, 25 jul (EFE).- O Banco Central (BC) anunciou nesta sexta-feira uma série de medidas para elevar a liquidez e aumentar a oferta de crédito no país, com uma injeção de perto de R$ 30 bilhões na economia.

Um das principais medidas reduz o depósito compulsório bancário, ou seja, a porcentagem de recursos que as instituições financeiras têm que depositar no organismo emissor do dinheiro que recebem de seus clientes.

“O Banco Central decidiu adotar medidas para melhorar a distribuição da liquidez da economia. Foram modificadas normas relativas ao depósito compulsório bancário com um impacto calculado em R$ 30 bilhões”, segundo um comunicado da entidade.

O objetivo das medidas, segundo o organismo, é elevar os recursos disponíveis pelos bancos para o crédito, para que possam reduzir as taxas de juros e financiar as empresas e o consumo, em momentos em que se prevê que a economia brasileira, em desaceleração, crescerá abaixo de 1% este ano.

O BC explicou que o depósito compulsório bancário tinha subido de R$ 194 bilhões no final de 2009 para R$ 405 bilhões na atualidade, por isso que pode liberar parte desses recursos para elevar a liquidez no mercado.

O organismo alegou igualmente que o crédito não está aumentando no país apesar das taxas de falta de pagamento permanecerem relativamente baixas, assim como o nível de risco do sistema financeiro nacional.

Para aumentar o dinheiro à disposição dos bancos para empréstimos, o Banco Central determinou que até 50% dos recursos que as entidades têm que depositar no organismo emissor relativos ao depósito compulsório bancário sobre depósitos a prazo possa ser destinado para a concessão de créditos.

Outra medida aumenta de 58 para 134 o número de bancos que pode usar 20% de seu depósito compulsório bancário em operações destinadas ao financiamento de investimentos.

O BC igualmente mudou as exigências mínimas de capital de risco para operações de crédito.

As medidas revertem algumas que tinham sido adotadas em 2010 para conter o crédito e desacelerar o consumo, a fim de combater a inflação.

As decisões foram anunciadas um dias depois que o BC admitiu que manterá elevada a taxa básica de juros, atualmente em 11% anual, para garantir o controle da inflação.

Foi justamente a elevação dos juros nos últimos meses até os mesmos níveis em que estavam no início de 2011, quando Dilma Rousseff assumiu seu mandato como presidente, que encareceu o crédito e provocou uma desaceleração da economia.

“A inflação permanentemente elevada provoca o aumento dos juros e, consequentemente, a retração do crédito dos bancos privados. A menor liquidez conduz ao progressivo enfraquecimento tanto do consumo das famílias como do investimento das empresas”, alertou na quinta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A patronal reduziu sua projeção para o crescimento da economia do Brasil este ano de 1,8% calculado há três meses para 1% previsto no Relatório Conjuntural que divulgou nesta quinta-feira.

Esta mesma semana o próprio governo reduziu sua previsão para o crescimento este ano de 2,5% calculado há dois meses para 1,8%, e os analistas do mercado financeiro a rebaixaram pela oitava semana consecutiva para 0,97%.

Em qualquer dos casos, as projeções permitem prever para este ano uma desaceleração econômica após a leve recuperação de 2013. Depois de ter registrado alta de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e de 2,3% em 2013. EFE

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