Bélgica pretende acelerar implantação de medidas de combate ao terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 12/01/2015 17h28

Bruxelas, 12 jan (EFE).- A Bélgica quer acelerar a adoção de medidas contra o terrorismo e o extremismo previstas no acordo entre os partidos da coalizão de centro-direita que governa o país, depois das últimas ameaças do Estado Islâmico, segundo informou nesta segunda-feira o jornal belga “Le Soir”.

O ministro belga de Segurança e Interior, Jan Jambon, apresentará “nos próximos dias” suas propostas “para um enfoque global do extremismo, nos aspectos de prevenção e repressão”, segundo a mesma publicação, que cita fontes do gabinete ministerial.

O plano inicial era anunciar essas medidas no final do julgamento contra 46 jihadistas do movimento islamita radical belga Sharia Belgium, afirma o “Le Soir”.

Entre outras medidas, o governo belga quer melhorar o monitoramento das redes sociais e estabelecer um marco legal que se facilite a mobilização do Exército para realizar tarefas de supervisão em aeroportos ou estações em caso de emergência, já que a atual legislação não permite.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse ao mesmo veículo que pediu a todos os ministros para que iniciem as medidas previstas no acordo governamental para lutar contra o terrorismo.

Será “a ocasião para reforçar a cooperação dos serviços de inteligência: é preciso uma lista unificada dos combatentes que retornam ao espaço Schengen e o parlamento Europeu deve finalmente se mostrar de acordo com a troca de informações sobre os viajantes, uma lista de suspeitos”.

O ministro belga da Justiça, Koen Geens, afirmou que entre as ações que serão aplicadas está a de ampliar as possibilidades de realizar grampos telefônicos para as pessoas que incitam, convocam ou fazem propaganda a favor do terrorismo.

O Executivo belga acredita que os países conseguirão fechar acordos internacionais com os provedores de internet para combater a “propaganda do ódio” na rede e em avançar na obtenção dos dados fornecidos pelos viajantes às companhias aéreas.

Segundo o jornal, em tempos de restrições orçamentárias, é discutido se será possível aprovar todas essas medidas, devido ao custo das operações.

“É preciso mobilizar os recursos necessários. Em toda a Europa, os recursos são reduzidos, mas é preciso escolher e a segurança, para nós, é uma prioridade”, manifestou o primeiro-ministro belga.

Pelo número de habitantes, a Bélgica é o país mais afetado pelo fenômeno dos chamados “combatentes estrangeiros”, europeus que partem para zonas de conflito como a Síria ou o Iraque para se jutar aos jihadistas e voltam à Europa radicalizados. EFE

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