BM prevê que países afetados por ebola entrem em recessão em 2015

  • Por Agencia EFE
  • 02/12/2014 19h30

Washington, 2 dez (EFE).- O Banco Mundial (BM) reduziu nesta terça-feira as previsões econômicas para Libéria, Guiné e Serra Leoa, os países mais afetados pela epidemia de ebola, e antecipou um crescimento negativo no próximo ano para os dois últimos.

O relatório atualizado do impacto econômico da doença elaborado pelo Banco Mundial, divulgado hoje, reduz as perspectivas de crescimento dos três países para este ano, sem chegar a cair em recessão, embora para 2015 esteja previsto que Guiné e Serra Leoa retrocedam.

Se antes de surgir o surto o Banco Mundial calculava um crescimento de 5,9% para a Libéria este ano, o organismo acredita agora que será de 2,2%. Já para Serra Leoa a previsão atual é de 4% (11,3% antes da crise) e para Guiné 0,5% (anteriormente 4,5%).

Em seu relatório anterior sobre o impacto do ebola nesses países, o BM já tinha reduzido as previsões de crescimento para 2014 para 2,5% no caso da Libéria, 8% para Serra Leoa e 2,4 % para Guiné.

As três nações da África Ocidental vinham registrando fortes crescimentos econômicos nos últimos anos e até a metade de 2014, conforme destacou o BM em seu relatório. Contudo, as perspectivas são ruins para 2015, ano para o qual o organismo prevê uma contração de 0,2% em Guiné e de 2% em Serra Leoa.

Na Libéria, no entanto, a entidade garante que “há sinais de progresso em conter a epidemia e de certo aumento da atividade econômica”, por isso mantém sua previsão de crescimento em 3% para 2015, número que reduz amplamente à metade do 6,8% previstos antes da crise.

As últimas projeções do Banco Mundial cifram em mais de US$2 bilhões a receita deste ano e do próximo nessas três nações africanas devido à epidemia do ebola. Por conta disso, os governos desses países se viram obrigados a reduzir gastos públicos e investimentos em mais de US$ 160 milhões, prejudicando as perspectivas de crescimento futuro, acrescentou o organismo.

“Este relatório reforça a ideia de por que nosso objetivo deve ser suprimir totalmente os casos de ebola”, disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em comunicado, acrescentando que enquanto a epidemia se mantiver, “o impacto econômico e humano será cada vez mais devastador”.

O presidente do BM começou hoje uma viagem de dois dias pela África Ocidental que lhe levará aos três países mais atingidos pela doença, a fim de se informar sobre a situação e falar com os governos e as agências internacionais sobre a estratégia a seguir para erradicar o surto, que já causou já mais de seis mil mortes.

O Banco Mundial calculou que o custo financeiro da epidemia durante dois anos nessas nações pode variar de US$ 3,8 bilhões, caso esta seja menos virulenta, a US$ 32 bilhões, se a situação piorar.

O organismo financeiro mobilizou quase U$S 1 bilhão em financiamento para responder a esta crise na Libéria, Guiné e Serra Leoa, incluindo US$ 518 milhões para responder à própria doença e pelo menos outros US$ 450 milhões para melhorar o comércio, o investimento e o emprego.

A Organização Mundial da Saúde calcula que durante esta epidemia de ebola, cujo primeiro caso ocorreu há quase um ano, mais de 16 mil pessoas contraíram a doença, das quais mais de seis mil morreram. EFE

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