Bolívia confirma fuga de peruano ex-assessor de Humala e acusa policiais

  • Por Agencia EFE
  • 24/05/2015 15h22

La Paz, 24 mai (EFE).- O governo da Bolívia confirmou neste domingo que o empresário peruano Martín Belaúnde Lossio, ex-assessor do presidente Ollanta Humala e acusado em seu país de corrupção, fugiu do imóvel onde cumpria prisão domiciliar em La Paz, suspeita-se que com ajuda dos policiais que o custodiavam.

“Oficialmente queremos informar que o senhor Belaúnde fugiu da residência onde se encontrava custodiado por uma equipe de policiais”, afirmou o ministro da presidência, Juan Ramón Quintana, em entrevista coletiva no palácio do governo.

Quintana lamentou a “negligência e a suposta cumplicidade” da equipe de custódia policial, que informou do desaparecimento do peruano quatro horas e meia depois do fato, ocorrido nesta madrugada.

Segundo a autoridade, todas as unidades policiais estão mobilizadas para achar Belaúnde e as unidades de fronteira do exército, da marinha boliviana e a Interpol também foram alertadas sobre a fuga.

Martín Belaúnde, que assessorou Humala na campanha eleitoral de 2006, é acusado no Peru de favorecer empresas particulares em licitações e contratos com o Estado em governos regionais e obter assim benefícios econômicos pessoais.

O empresário solicitou refúgio na Bolívia, mas a Comissão Nacional do Refugiado (Conare) rejeitou duas vezes este pedido alegando que o peruano não provou ser vítima de perseguição política.

A Suprema Corte de Justiça (TSJ) da Bolívia aprovou em 11 de maio a extradição de Belaúnde, que desde janeiro cumpria prisão domiciliar na casa de familiares em La Paz.

Esta semana o Tribunal Constitucional boliviano rejeitou dois recursos apresentados pela defesa de Belaúnde Lossio para revogar sua detenção e evitar sua extradição ao Peru.

Quintana indicou que os quatro policiais que custodiavam o peruano estão neste momento prestando depoimento à promotoria no escritório da Força Especial de Luta contra o Crime (FELCC), e antecipou que as autoridades serão “implacáveis com que tiver encoberto, sido cúmplice e com os responsáveis diretos ou indiretos desta fuga”.

“O governo estava fazendo o que cabia fazer neste caso. Estávamos a um passo praticamente de entregar o senhor Belaúnde ao Estado peruano e infelizmente aconteceu este fato. Não vamos permitir que nenhum funcionário público neste caso tenha a menor licença para delinquir”, enfatizou. EFE

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