Agustin Fernandez desabafa sobre família Bolsonaro: ‘Falam que eles odeiam gente como eu’
Em entrevista ao Pânico, maquiador afirmou que é criticado na internet por amizade com presidente e primeira-dama: ‘Não acompanho o que dizem para não ficar mal’
Nesta sexta-feira, 27, o programa Pânico recebeu o digital influencer e maquiador Agustin Fernandez. Em entrevista, ele, que foi criticado por ser LGBTQIA+ e apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018, disse não gostar de acompanhar os noticiários sobre o presidente e os comentários públicos sobre sua amizade com Michelle Bolsonaro. “Eu não gosto de postar nada junto com meus amigos porque às vezes as pessoas falam coisas que são horríveis de ver. As pessoas falam que eles odeiam gente como eu, mas fingem que gostam de mim. Isso é horrível, eu sei que na convivência não é assim, sempre que o presidente ou ela está no hospital, eu estou lá. Nós temos um vínculo emocional de muito respeito, é bem diferente do que se fala na internet. Não acompanho o que dizem para não ficar mal. Quando eu respondo, sou grosso nas minhas respostas. Eu entro no Instagram da pessoa, vou atrás dos processos, monto meu texto no bloco de notas e acabo com a pessoa, para que nunca mais na vida dela coloque o meu nome na boca. Não fico omisso, pois dá vez para aquilo continuar acontecendo.”
Agustin, que também é empresário da indústria da beleza, afirmou não concordar com políticas identitárias em empresas privadas. “Esse não é o meu discurso porque eu sento numa mesa e sei falar de vários assuntos, essas pessoas só tem aquilo. Eu, na minha empresa, não contrato pessoas por orientação sexual. Na minha empresa tem de tudo: bissexual, lésbica, evangélico. A pessoa é eficiente, mas coincidentemente tem essas características. Não sei de onde as pessoas estão achando que empresa privada é democracia. As lojas contratam os meninos parecidos comigo para confundir as pessoas. Quando mais novo, eu entendia o que era meu trabalho: eu precisava ser um bom maquiador, não bastava ser um gay maquiado. Sempre foquei em ser visto como uma referência, não como alguém que as pessoas tem pena. Nós temos que assumir nossa vida como ela é.”
O maquiador uruguaio, que hoje está levando sua marca para o Canadá, Estados Unidos e México, falou também sobre sua mudança de país. Segundo ele, quando chegou ao Brasil, enxergou de imediato a oportunidade de crescer profissionalmente. “Eu entendi que eu precisava ganhar dinheiro. Não é difícil ganhar dinheiro quando você é uma pessoa que está lá. As pessoas são muito apegadas a aspectos pessoais e esquecem das coisas que nos levam a locais históricos. Quando cheguei no Brasil pensei com a mentalidade que esse pessoal tem, de salão, eu vou ganhar dinheiro muito fácil aqui. As pessoas não têm esse foco, quem tem acaba conseguindo se destacar. Eu critico essas pessoas, mas sou grato porque me ajudou a me destacar sem concorrência. Sou o maior da minha área porque não tem concorrência, eles estão focados em militar e eu estou focado em me desenvolver.”
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