Alvo de operação da PF, Aloysio Nunes pede demissão do governo de São Paulo
Aloysio Nunes, ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores de Michel Temer, pediu demissão do cargo de presidente da Investe São Paulo, a Agência Paulista de Promoção de Investimento e Competitividade, que ocupa desde o início deste ano no governo João Doria (PSDB).
A decisão foi tomada horas depois da Polícia Federal ter deflagrado a Operação Ad Infinitum, a 60ª fase da Lava Jato, e cumprido mandados de busca e apreensão em endereções ligados ao tucano, como o apartamento onde ele mora, no bairro de Higienópolis, na região central da capital paulista.
Aloysio Nunes disse em carta que foi surpreendido pela diligência da Polícia Federal em sua residência e voltou a afirmar que não teve acesso às informações da Operação Ad Infinitum. No entanto, a repercussão negativa causada pelo fato, ele pediu demissão do cargo.
“Não tenho, em minha consciência, o que possa comprometer a lisura que sempre mantive com o padrão da minha conduta. Porém não me iludo quanto ao abalo que essa simples diligência provocou em minha imagem pública. Tenho certeza que a verdade me beneficiará”.
Segundo investigação da Força-Tarefa da Lava, Aloysio teria recebido um cartão de crédito em dezembro de 2007 vinculado a uma das contas da off shore Groupe Nantes, controlada pelo ex-diretor da Dersa e suposto operador do PSDB, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto
À época, Aloysio era secretário da Casa Civil do governo de José Serra em São Paulo e teria indicado Vieira de Souza para ocupar o cargo de diretor de engenharia da Dersa, estatal paulista responsável por obras viárias, como o Rodoanel.
Documentos fornecidos pelo Ministério Público da Suíça mostram que o cartão foi enviado para Aloysio no Hotel Majestic, em Barcelona, na Espanha, onde ele ficaria hospedado entre os dias 24 e 29 de dezembro de 2007.
Aloysio é o segundo nome do primeiro escalão do governo João Doria a se afastar após ser alvo de operação da Lava Jato. Em dezembro, o ex-ministro Gilberto Kassab sofreu buscas e apreensão da Polícia Federal em sua residência no inquérito que investiga o suposto recebimento de R$ 23 milhões de propina da JBS.
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