Após expor dados de menina estuprada, redes sociais de Sara Winter estão fora do ar

A divulgação dos dados pessoais de menores de idade é crime no Brasil e pode gerar prisão e multa

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2020 13h34 - Atualizado em 18/08/2020 21h26
FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A conta da ativista não está mais disponível em, pelo menos, quatro redes sociais

As contas da militante bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, no Youtube, Instagram Picpay estão fora do ar nesta terça-feira, 18. A ativista expôs dados pessoais de uma menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio por anos, engravidou e teve autorização para realizar um aborto no último domingo. O Picpay, plataforma que Winter usava para fazer um financiamento coletivo, informou a uma usuária que a conta da ativista foi bloqueada. Segundo apuração feita pela Jovem Pan, a conta do Instagram não foi removida pela empresa, mas está desativada. A divulgação dos dados pessoais de menores de idade é crime no Brasil e pode gerar prisão e multa de R$ 21 mil — mesmo para quem compartilhar a postagem.

Além disso, Sara Winter teve seu canal no Youtube encerrado. Um porta-voz da empresa disse à Jovem Pan que “o YouTube tem políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma e encerramos qualquer canal que viole repetidamente nossas regras.” A empresa disse, ainda, que aplica suas diretrizes de forma consistente e independente de ponto de vista. “Apenas no primeiro trimestre de 2020, encerramos globalmente mais de 1,9 milhão de canais da plataforma. No mesmo período, no Brasil, foram removidos mais de 480 mil vídeos que desrespeitavam nossas políticas”, finalizou o porta-voz.

Entenda o caso

Pessoas contrárias e a favor do aborto estiveram na porta do hospital onde a menina está internada para realizar o procedimento. Houve bate-boca entre os dois grupos. O médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, gestor-executivo da instituição, foi hostilizado. A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que segue a legislação vigente em relação à interrupção da gravidez (quando não há outro meio de salvar a vida da mulher, quando é resultado de estupro e nos diagnósticos de anencefalia), além dos protocolos do Ministério da Saúde para a realização do procedimento, oferecendo à vítima assistência emergencial, integral e multidisciplinar.

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