Após longo debate, escolas particulares do Maranhão retomam aulas presenciais

Foi adotado o sistema híbrido, que consiste com aulas presenciais e onlines, e não existe obrigatoriedade do retorno; não há previsão de volta na rede pública estadual

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2020 20h32 - Atualizado em 03/08/2020 20h33
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Luong Thai Linh/EFE Dentre as medidas de segurança estão: o uso obrigatório de máscara; suspensão do recreio e a aferição de temperatura de alunos e colaboradores

A primeira segunda-feira do mês de agosto marcou o retorno às aulas presenciais nas escolas particulares do Maranhão. Na capital, pelo menos 50 instituições retomaram suas atividades, após um longo debate entre pais, alunos, professores e profissionais da saúde de como deveria funcionar o ensino neste período da pandemia da Covid-19. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Maranhão (Sinpe-MA), Paulino Pereira, afirmou que a retomada de aulas presenciais nesta segunda-feira, 3, foi decidida após a construção de um protocolo elaborado por uma infectologista e de várias reuniões com o Conselho Estadual de Educação. O retorno obedece a data prevista no decreto do Estado que autoriza o ensino presencial.

Dentre as medidas de segurança estão: o uso obrigatório de máscara; suspensão do recreio; aferição de temperatura de alunos e colaboradores; proibição do uso coletivo de bebedouros; adoção de garrafas de água individuais; divisão das turmas em grupos menores; distribuição de álcool em gel para alunos e instalação de reservatórios com o produto nas dependências; além de estabelecer horários diferenciados de entrada e saída; escalar dias para as aulas presenciais e distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os estudantes.

Quanto ao primeiro dia de aula, Paulino informou que não foi relatado nenhum problema nas escolas nem por parte de professores, nem pelos pais. “Não temos recebido nenhuma observação a qualquer incidente que tenha ocorrido no retorno às aulas. Tivemos as melhores informações. Mas ainda faremos uma avaliação da retomada”, disse.

Igor Melo, gestor escolar do Colégio Dom Bosco, uma das maiores escolas de São Luís, informou que a escola vem se preparando há bastante tempo para o retorno. “Todos os cuidados de biossegurança vêm sendo tomados para garantir um ambiente seguro e saudável. Uma médica infectologista, que é mãe de um dos alunos, ajudou na confecção do protocolo do retorno das atividades presenciais e de palestras, além de cursos de biossegurança de forma online, que serão oferecidos aos pais”, argumentou. Para retomada das aulas nas escolas particulares foi adotado o sistema híbrido, que consiste com aulas presenciais e onlines, e não existe obrigatoriedade do retorno à sala de aula por parte do alunos, ficando a critério dos pais.

Está em vigor no Maranhão a lei estadual que reduz de 10% a 30% o valor das mensalidades de instituições de ensino privadas durante a pandemia do novo coronavírus. O desconto terá validade até o fim do Plano de Contingência para a Covid-19, que foi adotado pela Secretaria de Saúde (SES) no dia 21 de março.

Rede pública estadual

Enquanto na rede privada as aulas vão sendo retomadas em um “novo normal”, na rede pública estadual não há previsão de retorno. A Secretaria Estadual de Educação desistiu de voltar com o ensino presencial no dia 10 de agosto, após 50% de pais e alunos opinarem de forma contrária ao reinício das aulas presenciais. Na rede municipal de São Luís, existe uma previsão para o dia 15 de setembro, mas a falta de estrutura em muitas escolas deixa o futuro incerto. Muitos professores são contrários ao retorno às aulas, como Flôr de Cássia, que leciona a disciplina de Ciências em duas escolas da periferia da capital. “A situação é crítica devido a vários aspectos: infraestrutura do espaço físico é inapropriada, nossos alunos são muito carentes e, ainda, o distanciamento físico será complicado de ser respeitado”, afirmou. A docente também aponta para o número de funcionários, que diz ser insuficiente para acompanhar “o mínimo do protocolo das autoridades sanitárias”. A falta de água é recorrente, segundo a professora, e que “é necessário optar pela vida com segurança”.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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