Após Suzano, boato de novos ataques provoca pânico em escolas

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2019 12h37 - Atualizado em 16/03/2019 13h48
Estadão Conteúdo Tiroteio na escola estadual Raul Brasil, no Jardim Imperador, em Suzano, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13) "Massacre escolar agendado", dizia uma das mensagens que circulavam na rede

Após o ataque a tiros que deixou ao menos 10 mortos na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, diversos colégios passaram a receber trotes com ameaça de ataques. Mensagens nas redes sociais sobre atentados “agendados” provocaram ansiedade e pânico entre pais e alunos.

Acompanhada da foto de uma arma, a mensagem “Padre Anchieta, né? Massacre escolar agendado” circulou entre alunos de três unidades da rede em cidades diferentes. Familiares buscaram diretorias para obter informações e queriam buscar os filhos antes do término das aulas.

A mesma mensagem foi encaminhada a alunos e professores da escola Padre Anchieta em Diadema, do colégio Miguel Vicente Cury, em Campinas e da escola Bady Bassit, em São José do Rio Preto. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, as três unidades tiveram aula normalmente e sem incidentes ontem.
“Pais ligavam ou vinham até a escola bastante nervosos, querendo saber se estava tudo bem, se havia acontecido algo. Alguns quiseram levar os filhos para casa. Uma situação que nunca vivemos antes”, contou uma professora da unidade de Campinas, que pediu anonimato.

A comerciante Susi dos Santos, de 39 anos, foi uma das mães que foi até o colégio quando recebeu a mensagem nas redes sociais. “Depois do que aconteceu, ficamos em choque. Não arrisco deixar meu filho na escola se tiver dúvidas sobre a segurança dele.”

Na unidade de Diadema, além do boato sobre a suposta ameaça também circulou um falso comunicado da direção, orientando os pais a não enviarem os filhos à escola. “Não sabemos ainda se é apenas uma brincadeira de muito mau gosto ou uma ameaça real, mas, depois do lamentável episódio de Suzano, não podemos ficar imóveis”, dizia outra mensagem que circulava entre os parentes. A secretaria informou que a direção não fez essa recomendação e disse que as aulas ocorreram normalmente.

“As mensagens parecem ser trote ou brincadeira mesmo, mas todo mundo está muito impactado com o que aconteceu. A gente prefere pecar pelo excesso de cuidado. Os alunos estão muito assustados e no dia do massacre só perguntavam e conversavam sobre como fugiriam e onde se esconderiam se entrasse uma atirador na escola”, disse uma professora da unidade de Diadema, que também não quis se identificar.

A comerciante Silvia Hirakawa, de 37 anos, ainda não sabe quando vai deixar o filho de 12 anos voltar às aulas na Estadual Luiza Hidaka, em Suzano. Ela recebeu mensagens e ouviu boatos de que havia planos para um ataque na unidade no mesmo dia em que houve o massacre. “Não sei se é verdade, mas não consigo arriscar. Ainda não sei se ele volta para a escola na próxima semana. Se tivesse dinheiro, matriculava em um colégio particular porque acho mais seguro”. A cidade decretou luto de três dias e toda a rede pública suspendeu as aulas.

Pais e professores pedem reforço na segurança das escolas. Os pedidos vão desde muros e portões até câmeras e fechaduras eletrônicas. A secretaria estadual promet fazer um levantamento para identificar as unidades mais “vulneráveis” e reavaliar procedimentos de segurança.

Orientação

A pasta da Educação destacou a parceria com a Ronda Escolar da PM no entorno de todas as unidades da rede e disse que os colégios receberam orientações de como trabalhar o tema com pais e alunos.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.