Associação de refrigerantes critica ‘piada de mau gosto’ de Bolsonaro com tubaína

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2020 16h46 - Atualizado em 20/05/2020 16h51
Valter Campanato/Agência Brasil O presidente Jair Bolsonaro

A Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) criticou nesta quarta-feira (20) a “piada de mau gosto” feita pelo presidente Jair Bolsonaro durante uma live na noite anterior. Na ocasião, ao defender o uso da cloroquina contra a Covid-19, Bolsonaro ironizou que “quem é de direta toma cloroquina, e quem é de esquerda toma tubaína”.

A Afebras – que representa mais de 100 indústrias de bebidas regionais no Brasil, entre as quais os produtores de tubaína – ressaltou que a declaração foi dada “no mesmo dia em que o país registrou, pela primeira vez, mais de mil mortes por coronavírus em 24 horas”.

“A entidade defende que o governo, em vez de politizar o uso do medicamento, deve acabar com as regalias fiscais milionárias concedidas a multinacionais de bebidas na Zona Franca de Manaus, para amenizar o momento de crise econômica agravada pela pandemia no país”, disse, em nota.

“Boa parte das fábricas regionais está se mobilizando para fazer doações de alimentos e álcool em gel a comunidades pobres para tentar diminuir os impactos da crise. A entidade destaca que vários hospitais ou leitos de hospitais de campanha poderiam ser construídos com o dinheiro da farra de benefícios fiscais”, completou.

O comunicado ainda afirma que, para que o governo federal use o dinheiro de incentivos fiscais no combate ao coronavírus, o presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros, pede que Bolsonaro revogue o Decreto 10.254/2020, que altera a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).

“Com essa medida, o governo federal permite dobrar, de junho a novembro, o valor do crédito tributário de 4% para 8% sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) pago por multinacionais de bebidas, como Coca-Cola, Ambev e Heineken. Há denúncias de que até a publicidade dessas corporações de bebidas é paga com dinheiro público.”

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