Ataque na zona sul de São Paulo é o 13º em escolas do Brasil nos últimos 20 anos; relembre os outros casos

Dados do Instituto Sou da Paz apontam que os responsáveis pelos ataques são sempre alunos ou ex-alunos da instituição invadida; este foi o quarto ataque em SP

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2023 11h40 - Atualizado em 27/03/2023 15h23
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Marcelo Gonçalves/Estadão Conteúdo ataque a escola Caso da Escola Raul Brasil, em Suzano, oito pessoas foram mortas, além dos dois agressores

Nos últimos 20 anos, o Brasil registrou 12 ataques dentro de escolas localizadas no território brasileiro, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz. Assim como o episódio desta segunda-feira, 27, em que um adolescente matou uma professora e deixou cinco feridos em São Paulo, os dados apontam que os responsáveis pelos ataques, em todas as situações, eram alunos ou ex-alunos da instituição invadida. As informações compreendem os anos de 2002 até 2022. A tragédia com o maior número de vítimas ocorreu em 2011 e ficou conhecida como o Massacre de Realengo. Na ocasião, 12 pessoas morreram após um ex-aluno atirar em jovens na Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio.

Veja abaixo os ataques e números do levantamento do Instituto Sou da Paz:

  1. Salvador (BA) – 2002 (duas pessoas feridas)
  2. Taiúva (SP) – 2003 (uma pessoa morta e oito feridas)
  3. Rio de Janeiro (RJ) – 2011 (12 pessoas mortas e 13 feridas)
  4. São Caetano do Sul (SP) – 2011 (uma pessoa morta e uma ferida)
  5. Santa Rita (PB) – 2012 (três pessoas feridas)
  6. Goiânia (GO) – 2017 (duas pessoas mortas e quatro feridas)
  7. Medianeira (PR) – 2018 (duas pessoas feridas)
  8. Suzano (SP) – 2019 (dez pessoas mortas e 11 feridas)
  9. Caraí (MG) – 2019 (duas pessoas feridas)
  10. Barreiras (BA) – 2022 (uma pessoa morta)
  11. Sobral (CE) – 2022 (uma pessoa morta e três feridas)
  12. Aracruz (ES) – 2022 (três pessoas mortas e 13 feridas)

Relembre detalhes dos casos anteriores

Em 2002, um aluno de 17 anos abriu fogo na escola particular Sigma, em Salvador, e deixou duas colegas mortas. Ele se entregou à polícia ainda dentro da escola. No ano seguinte, o ex-aluno Edmar Aparecido Freitas, armado com um revólver calibre 38 e um punhal, invadiu a Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz, na cidade de Taiúva, interior de São Paulo. O atirador de 18 anos deixou um aluno paraplégico e feriu outras sete pessoas antes de se matar. Segundo as investigações, ele era vítima de bullying escolar.

Um dos casos mais notórios aconteceu em 2011, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira e atirou contra os alunos que assistiam às aulas. O crime deixou 12 crianças mortas e 13 feridas, todas entre 12 e 14 anos. O atirador usou dois revólveres e chegou a recarregar diversas vezes antes de ser atingido por um policial e se suicidar. Wellington também era ex-aluno da instituição contra a qual abriu fogo.

No mesmo ano, um aluno de apenas 10 anos atirou contra uma professora na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul. O estudante usou um revólver calibre 38 que pertencia ao pai, um guarda-civil municipal. Depois do ataque, o atirador também se suicidou. A professora, de 38 anos, sobreviveu. Em 2012, dois adolescentes dispararam contra alunos na escola estadual Enéas Carvalho, em João Pessoa, capital da Paraíba. De acordo com as investigações, a dupla tinha como alvo um jovem de 15 anos, que ficou ferido no ataque. Outras duas vítimas, que estavam próximas ao garoto, também foram atingidas.

Mais recentemente, em 2017, um adolescente de 14 anos atirou dentro do Colégio Goyases, em Goiânia. Dois estudantes morreram e quatro ficaram feridos no ataque. As testemunhas relataram que o atirador estava dentro da sala de aula e efetuou os disparos no intervalo, quando retirou uma pistola da mochila. Enquanto ele se preparava para recarregar a arma, a coordenadora da instituição o convenceu a parar o ataque. Também em 2017, um homem ateou fogo em uma creche em Janaúba, norte de Minas Gerais. Damião Soares dos Santos era funcionário do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente e estava de licença médica no dia do ocorrido. O agressor jogou álcool nele mesmo e em alunos, deixando nove mortos: oito crianças e uma professora.

Em 2018, um jovem de 15 anos atirou contra colegas de classe do Colégio Estadual João Manoel Mondrone e deixou dois feridos, em Medianeira, no Paraná. O autor dos disparos e outro adolescente foram apreendidos pela polícia por envolvimento neste crime. De acordo com relatos, um deles sofria bullying e tinha 9 jovens como alvo do ataque que ele planejou por 2 meses. Em 13 de março de 2019, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, armados e mataram oito pessoas. Os dois também morreram.

Em 2019, na cidade de Caraí, a 560 km de Belo Horizonte, um estudante de 17 anos invadiu a Escola Estadual Orlando Tavares e atirou contra alunos, ferindo dois deles. No ano passado, uma jovem morreu após um adolescente de 14 anos iniciar um ataque a tiros em uma escola de Barreiras, no oeste da Bahia. No mesmo ano, um estudante de 15 anos atirou contra três colegas, dentro de uma sala de aula de uma escola em Sobral, no Ceará. Um jovem foi baleado na cabeça e faleceu. No final de 2022, um adolescente de 16 anos atacou duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, deixando três mortos e 13 feridos. A Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular foram os alvos.

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