Autor de atentado em escola de São Paulo tinha histórico de violência e planejava ataque com arma de fogo

Segundo o secretário de Educação, Renato Feder, o estudante também ‘teve problemas’ em colégio anterior; diretora iria conversar com aluno nesta segunda sobre outro conflito

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2023 15h55 - Atualizado em 20/04/2023 22h05
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Reprodução/Câmeras de segurança da Escola Estadual Thomazia Montoro atentado-escola-sao-paulo-esfaqueador-professora-vila-sonia-reproducao-cameras-de-seguranca Estudante de 13 anos esfaqueou e matou a professora Elizabete Terreiro, de 71 anos

O adolescente responsável pelo ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro planejava um atentado com arma de fogo. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, nesta segunda-feira, 27, em coletiva de imprensa. Segundo ele, em conversa informal com policiais militares e civis, durante o atendimento à ocorrência, o estudante de 13 anos admitiu que “planejava fazer um atentado com arma de fogo, mas não conseguiu”. “Todos nós lamentamos essa tragédia”, disse Derrite.

O ataque  aconteceu na manhã desta segunda, na Vila Sônia, na Zona Sul da cidade de São Paulo, e atingiu quatro professoras e dois alunos. A vítima foi identificada como Elizabete Terreiro, 71. Outros quatro feridos foram encaminhados aos Hospitais das Clínicas, Bandeirantes, Universitário e São Luís. Segundo o último boletim, divulgado pelo Governo de São Paulo, quatro pessoas já tiveram alta. Mais cedo, o secretário de Educação, Renato Feder, afirmou que a professora Ana Célia da Rosa, recebeu a visita do vice-governador Felício Ramuth e não corre risco de vida. Ela continua internada em observação.

Os secretários também mencionaram o histórico de violência envolvendo o autor do ataque. Segundo eles, o estudante de 13 anos, que havia começado no colégio em 15 de março, também “teve problemas de violência em outra escola”. Na semana passada, já na Escola Estadual Thomazia Montoro, o garoto teria se envolvido em um conflito após praticar bullying, ao chamar um colega como “macaco”. Durante a confusão, ele teria dito a colegas que cometeria um ataque. Com isso, a diretora do colégio tinha um horário marcado nesta segunda para conversar com o aluno, mas o atentado aconteceu antes. “O conflito foi na sexta-feira, a diretora ia conversar com o aluno hoje de manhã. Ela mostrou ‘está aqui a carta’. Ela falou com o aluno que foi vítima na sexta e estava marcado agora de manhã. É difícil”, afirmou Feder, após ser questionado sobre possível falha na atuação escolar.

Como a Jovem Pan mostrou, o adolescente de 13 anos foi apreendido pela Polícia Militar (PM) após atacar os professores. Com ele, foram apreendidas uma faca, uma tesoura e um celular. Nas redes sociais, o menor deixou uma mensagem antes de cometer o ataque, dizendo que esperou pelo momento por sua “vida inteira”. “Irá acontecer hoje. Esperei por esse momento minha vida inteira. Tomara que consigo alguma kill pelo menos, minha ansiedade começa a atacar por causa disso. Enfim… me desejem boa sorte”, escreveu o responsável pelo ataque. Segundo Guilherme Derrite, seguidores que curtiram ou comentaram na publicação também serão investigados. “Sendo alguém com menos de 18 anos de idade, os responsáveis vão ser chamados para avaliar. Mais gente estava sabendo? Colaborou com essa ação? Será que os pais do garoto não tinham um certo conhecimento? Tudo isso vai ser objeto de investigação da Polícia Civil”, disse o secretário de Segurança.

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ESCLARECIMENTO DA REDAÇÃO

Esta reportagem, publicada no dia 27/03/2023 às 15h55, trouxe inicialmente uma foto que identificava na legenda um adolescente chegando à delegacia, com o corpo coberto ao lado de adultos, como sendo o jovem infrator responsável pelo ataque. Ao saber do erro na legenda, cometido pela agência Futura Press e distribuído pelo Estadão Conteúdo, a redação do site da Jovem Pan eliminou a foto e a substituiu por outra no dia 28/03/2023, às 15h56. Portanto, enfatizamos que as pessoas que apareciam na foto usada inicialmente não eram o jovem infrator responsável pela tragédia na Escola Estadual Thomazia Montoro nem seus familiares.

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