Autor do pedido de impeachment diz que pedaladas esconderam Brasil “quebrado”

  • Por Jovem Pan
  • 15/04/2016 12h23

Miguel Reale Jr. se pronunciou no plenário da Câmara dos Deputados pouco antes de falar à Jovem Pan

Ananda Borges / Câmara dos Deputados Autor Miguel Reale Jr. discursa no plenário da Câmara a favor do impeachment de Dilma

Logo após discursar no plenário da Câmara nesta sexta (15) defendendo o pedido de impeachment de Dilma, do qual foi um dos autores, o jurista Miguel Reale Jr. falou à Jovem Pan por que considera esse um “passo importante de maturidade da sociedade brasileira”.

Amplificando o que disse aos deputados, Reale argumentou que as “pedaladas fiscais”, base do pedido, “não se tratam de um crime pequeno”. Ele entende que os atos praticados no governo Dilma, de atrasar repasses a bancos públicos, deixaram o País “falido” e, por isso, “veio a desconfiança dos agentes econômicos”.

Reale também comemorou a decisão do STF de manter a votação plenária para domingo (17), mas alfinetou manifestação do presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, de que os atos imputados a Dilma podem ser contestados judicialmente no momento certo: “houve uma ajudinha”. (Veja mais detalhes AQUI).

Pedaladas

“Há uma demonstração de apoio ao pedido de impeachment cada vez mais consistente”, vê o jurista. “Minha fala foi para mostrar ao povo brasileiro de que não se trata de golpe, não se trata de crime pequeno”, disse. Para Reale, a postura julgada de Dilma “mata a esperança do povo Brasileiro” ao romper o equilíbrio fiscal.

“Continuava o país falido graças às pedaladas que escondiam a realidade. Quando a realidade veio à tona o Brasil estava quebrado”, disse. “Se não fossem as pedaladas essa realidade teria surgido antes, não surgiu”, argumenta. Então, houve a desconfiança dos empresários, o que, somado ao rombo das contas públicas, provocou uma grave recessão na economia, avalia o autor do impeachment.

Reale rebateu o argumento de que governos anteriores ao de Dilma também praticaram as “pedaladas”. “Antes era um problema de ajuste de contas mesmo”, disse, destacando que os valores dos “pedaladas” da presidente foram bem maiores que de seus antecessores. “Isso ninguém faz sem saber. (Dilma) sabia”, acusa.

O jurista argumenta também: “Tiveram que fazer novamente reajustes da meta fiscal e foram ao final do ano tirar dinheiro dos royalties do petróleo, destinados à saúde e educação, para pagar pedaladas, como se os crimes já não estivessem consumados”.

Comemorando o apoio dos que são favoráveis ao impeachment de Dilma, Reale disse: “esse momento reproduz um País que entrou na política em cheio”.

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