Base e até oposição reagem a eventual corte em Bolsa Família no Orçamento

  • Por Agência Estado
  • 20/10/2015 17h49
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VITÓRIA DA CONQUISTA, BA, BRASIL, 13-09-2013: Beneficiária do Bolsa Família desde o início, a catadora de materiais recicláveis, Inês Souza Cruz, 33, mostra cartão do programa, em Vitória da Conquista (BA). Ela recebe R$ 102 do governo, dinheiro que usou comprar móveis à prazo e "garantir o pão". (Foto: Mário Bittencourt/Folhapress) Mário Bittencourt/Folhapress Bolsa família

Senadores da base aliada e até mesmo da oposição reagiram nesta terça-feira, 20, à intenção de se fazer cortes ao programa Bolsa Família no Orçamento de 2016. Há duas semanas, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator da peça orçamentária, já havia dito ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) que iria cortar “sem dó” programas sociais, entre eles o Bolsa Família.

Nesta terça-feira, em reunião no Palácio do Planalto, Barros avisou ao ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, que poderá cortar até R$ 10 bilhões dos R$ 28,8 bilhões previstos no programa. 

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, defendeu enfaticamente cada centavo do programa de transferência de renda, que, na quarta-feira, 21, completa 12 anos.

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), disse que o programa é “quase um mantra” para a gestão petista e que há outros ajustes no Orçamento que possam ser feitos. “O esforço será para manter o Bolsa Família”, destacou.

Integrante da Comissão Mista de Orçamento (CMO), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) avaliou que, no momento de recessão econômica que repercute na queda de arrecadação dos entes federados, os pagamentos de benefícios previdenciários e o Bolsa Família são as duas principais fontes que garantem a economia dos municípios. “O INSS e o Bolsa são os arrimos de família das cidades”, disse Walter, que adiantou votar contra a proposta de Barros, caso seja levada adiante.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também criticou a tentativa de reduzir os repasses do Bolsa Família. “É preciso encontrar formas e nós aqui apresentamos alguns caminhos, um deles a necessidade de se baixar as taxas de juros”, exemplificou ela, em discurso no plenário, em referência à Selic, atualmente em 14,25% ao ano.

Embora por razões diversas, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também concorda que não é possível cortar o programa social. Ele disse que, mesmo a proposta não atendendo o objetivo de tirar as pessoas da pobreza, não se deve reduzi-lo. “Não, não concordo, de maneira alguma, pelo contrário”, comentou.

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