Bolsonaro insinua participação de ex-assessor em facada
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista a revista Veja, que um de seus mais próximos assessores durante a campanha eleitoral planejou seu assassinato. Na reportagem, publicada nesta sexta-feira (20), ele diz que o atentado que sofreu no dia 6 de setembro de 2018, quando levou uma facada do ex-garçom Adélio Bispo, foi pensado “70% pela esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses”.
Segundo Bolsonaro, que não citou nomes ou mostrou provas sobre a acusação, o objetivo desse assessor era ser vice-presidente. “O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado”, declarou.
“Houve uma conspiração”, continuou. De acordo com a revista, apesar de não apontar nenhum nome, os detalhes fornecidos durante a entrevista “apontam para um ex-ministro”. Depois da publicação da reportagem, o site O Antagonista publicou que Bolsonaro aparentemente se referiu a Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Em entrevista à comentarista Thaís Oyama, da Jovem Pan, Bebianno afirmou que a declaração do presidente mostra que ele “não tem equilíbrio mental para comandar um país”. “Alguém que cogita uma coisa dessas e diz isso publicamente pode facilmente nos jogar numa guerra, por exemplo.”
Bolsonaro disse, ainda, que não se sente seguro desde o dia do ataque. Com medo de ser alvo de um novo atentado, ele revelou que dorme com uma pistola carregada ao alcance da mão. “E ainda tem outras arminhas que ficam guardadas por aí”, completou.
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