Bolsonaro ironiza jornais ao defender MP: ‘Espero que eu não seja mais o capitão motosserra’

Presidente assinou medida provisória nesta semana que acaba com a obrigação de empresas de capital aberto de publicar seus balanços em jornais impressos

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2019 19h49
Marcos Corrêa/PR O presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou nesta quinta-feira (8) que a medida provisória que acaba com a obrigação de empresas de capital aberto de publicar balanços em jornais é mais uma medida do governo contra o desmatamento. Ele aproveitou ainda para ironizar veículos de comunicação que têm criticado ações da sua gestão na área ambiental.

Em live semanal ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente questionou: “Para fazer jornal tem que derrubar árvore?”. O chefe da pasta respondeu de maneira afirmativa: “Algumas”. “Pensando nisso” e “preocupado com o aquecimento global e inspirado no apelido de ‘capitão da motosserra’ dado pelo jornal ‘O Globo’, segundo Bolsonaro, ele resolveu assinar a MP.

“O jornal ‘Valor Econômico’, por exemplo, nessa semana publicou balancetes de grandes empresas. Só na terça-feira (6) tinha 11 páginas. Nossa MP permite que a empresa possa publicar balancetes direto no Diário Oficial da União ou no próprio site da empresa. Não precisa mais procurar jornal”, disse. “Isso vai dar mais lucro para as empresas. Lucro para os acionistas. A intenção foi desburocratizar. Desregulamentar. O Valor Econômico não publicará mais. Vai ter que buscar outra fonte para receita”, concluiu.

O presidente ainda brincou que os veículos terão que mudar seu apelido para “o capitão que está preservando o meio ambiente” e desejou “boa sorte” à “nossa imprensa maravilhosa”. “É isso aí. Vamos desburocratizar que é o que a sociedade aplaude”, finalizou Salles.

Agrotóxicos

O ministro do Meio Ambiente aproveitou também para rebater as críticas sobre o aumento na liberação de agrotóxicos no País. Segundo Salles, os produtos que têm sido autorizados pelo governo são mais seguros que aqueles utilizados antes no agronegócio.

“Quem defende os defensivos velhos desconhece completamente o assunto. Nada mais grave pode ser aprovado. Se tem coisa nova é no mínimo com menos risco. É burrice ficar retardando a análise. É como defender penicilina tendo medicamentos mais modernos.”

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