Bolsonaro mostra novas mensagens e volta a negar acusações de Moro
O presidente mostrou as mensagens diretamente de seu celular para rebater as acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, feitas em depoimento à PF
O presidente Jair Bolsonaro mostrou novas mensagens trocadas com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro nesta terça-feira (5), na entrada do Palácio do Planalto, em Brasília, diretamente de seu celular para rebater as acusações do ex-ministro durante depoimento na Polícia Federal (PF).
O presidente revelou trocas de mensagens anteriores às reveladas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, onde ele diz, após encaminhar um link de uma reportagem do site O Antagonista, que seria “mais um motivo para a troca” do comando da PF. A reportagem diz que a PF estava “na cola” de deputados bolsonaristas.
Nestas novas mensagens, Moro afirma que a reportagem enviada pelo presidente tratava-se de “fofoca”. “Isso é fofoca. Tem um DPF atuando por requisição no inquérito das Fake News e que foi requisitado pelo ministro Alexandre [de Moraes]”, disse.
Em outra mensagem, Moro diz: “Não tem como negar o atendimento a requisição do STF”.
Ao conversar com apoiadores e jornalistas no início da noite – após a revelação da íntegra do depoimento do ex-ministro –, Bolsonaro disse que “não tem crimes” e que o fato foi ressaltado pelo próprio ex-ministro no depoimento.
“Em nenhum momento ele diz que eu cometi crime e sim que deve se investigar e ouvir outros ministros”, disse o presidente. Bolsonaro ainda afirmou que vai “ler o depoimento de Moro com atenção” ainda nesta terça. “Vou ler com atenção as 10 páginas do depoimento e a AGU deve me defender.”
Entre as revelações feitas em depoimento, Moro disse que o presidente afirmou que ele tinha “27 superintendências, eu quero a RJ”, se referindo a troca no comando da corporação no estado.
Nesta segunda, o presidente nomeou Rolando Alexandre de Souza para a diretoria-geral da PF. O primeiro indicado – Alexandre Ramagem, troca que teria levado Moro a sair do governo por considerar “interferência política” – teve a nomeação suspensa pelo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
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