Bolsonaro: ‘sonho’ de empossar Ramagem como diretor da PF ‘vai se concretizar’

Nomeação foi impedida por decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2020 16h24 - Atualizado em 30/04/2020 07h57
Alan Santos/PR Presidente participou de cerimônia de posse do novo AGU, José Levi, e do novo ministro da Justiça, André Mendonça

O presidente Jair Bolsonaro se mostrou contrariado nesta quarta-feira (29) com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

O discurso foi feito durante a cerimônia de posse do novo Advogado-Geral da União (AGU), José Levi, e do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça. Segundo o presidente, o cargo de diretor-geral da PF é um “dos mais importantes”.

“Quem decide sou eu. Respeito o Poder Judiciário e suas decisões, mas nós com toda a certeza respeitamos a Constituição antes de tudo. O sr. Ramagem, que tomaria posse hoje, foi impedido por uma decisão monocrática de um ministro do STF. Essa seria uma posição honrada e gostaria de honrá-lo hoje, dando a posse para ele. Mas em breve esse sonho se concretizará”, disse Bolsonaro.

Moraes justificou a decisão falando em desvio de finalidade na escolha “em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”. Ramagem é amigo da família do presidente Bolsonaro, o que vinha causando contestações.

Ministros

O presidente fez uma analogia entre a troca de ministros no governo com as substituições em um time de futebol. Bolsonaro afirmou que montou “um time dos sonhos”, mas lembrou que “os jogadores cansam”.

“Alguns o técnico resolve tirar de campo, alguns pedem para sair, outros alegam cansaço… Usando o direito que tenho, substituímos essas pessoas e depositamos muita confiança em quem entra em campo. O objetivo é produzir o melhor para o nosso povo e dar esperança a ele”, disse.

Desde que começou a pandemia de coronavírus, dois ministros já deixaram o governo: Sergio Moro (ex- Justiça e Segurança Pública) e Luiz Henrique Mandetta (ex-Saúde).

Constituição

Bolsonaro iniciou a fala citando dois artigos da Constituição: o 1º e o 2º. Em seguida, falou que “não pode admitir que ninguém ouse desrespeitar a Constituição”.

“Esse é o meu papel, não só dos demais Poderes, como de qualquer cidadão desse Brasil. Harmonia, respeito entre si. O nosso governo tem uma missão e o seu chefe, ora representado, queria muito poder mudar de fato o destino da nação. Exerci o meu papel como achava que deveria fazer”, pontuou.

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