‘Buscamos uma pessoa nota 7 em tudo’, diz Bolsonaro sobre novo PGR

Augusto Aras foi escolhido para suceder Raquel Dodge no cargo

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2019 20h42 - Atualizado em 05/09/2019 20h49
Alan Santos/PR Presidente disse que se no futuro a escolha não satisfazer, "paciência, a gente assume o erro"

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (5), que a decisão de indicar o atual subprocurador-geral da República do Brasil, Augusto Aras, para suceder Raquel Dodge no cargo de procurador-geral da República foi difícil, mas explicou que ele precisava escolher alguém que não fosse “muito radical em nada”.

“Buscamos uma pessoa com nota sete em tudo, não 10 em uma e dois na outra”, disse Bolsonaro. De acordo com ele, “não basta apenas ter alguém que combata a corrupção, mas que também seja sensível a outras campanhas”.

Dentro disso, citou a questão ambiental, justificando que não poderia colocar alguém muito radical, “que aja de uma forma xiita”. “Não podemos ter uma pessoa que atrapalhe o ministro Tarcísio (Freitas, da Infraestrutura), quando quer rasgar uma estrada. Tem problemas que vem do Ministério Público”, explicou.

Críticas à escolha

O presidente repetiu, ainda, que “qualquer nome que indicasse sofreria ataques” e questionou se as pessoas que estão o criticando “conhecem o Augusto Aras”.

“Eu devo lealdade ao povo, mas não é essa lealdade cega. Eu não quero um procurador para casar comigo, queremos um procurador que trate dessas questões com muito cuidado, que não seja nem muito pra lá, nem muito pra cá, que tenha uma posição que faça justiça para o Brasil”, afirmou.

Bolsonaro disse também que, se no futuro a escolha não satisfazer, “paciência, a gente assume o erro”. No entanto, garantiu que a decisão é acertada e pediu que as pessoas “continuem acreditando até que se prove o contrário”. “Um pouco de paciência, não vá lá já atirando, nem entrou em campo e vocês já estão vaiando”, completou.

O subprocurador, que estava fora da lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), se apresentou como um crítico do “corporativismo” dentro do Ministério Público Federal (MPF).

Ele é visto como conservador e o mais alinhado ideologicamente com Bolsonaro dentre os candidatos ao cargo. Além disso, se coloca como favorável à agenda de reformas do governo, tem o apoio dos filhos do presidente e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas.

Lei do abuso de autoridade

Outra questão abordada por Bolsonaro na live desta quinta foi a lei do abuso de autoridade, sancionada com 36 vetos em 19 artigos. Junto do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o presidente defendeu os trechos que foram suprimidos.

“Tinha interesse de tudo quanto é lado, fizemos algumas reuniões e decidimos em comum acordo vetar 36 dispositivos”, afirmou. Ele lembrou, no entanto, que os vetos ainda precisam ser analisados pelo Congresso, que tem o poder de derrubá-los. “É o que diz a regra do jogo democrático, a palavra final é do Congresso”, completou.

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