O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (16), que “o Brasil todo está sem dinheiro” e que “os ministros estão apavorados”. De acordo com ele, o Exército vai entrar em meio expediente, pois “não tem comida para dar aos recrutas, que são filhos de pobre”.
Bolsonaro fez as declarações ao ser perguntado pela imprensa sobre a decisão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de suspender novas bolsas de pesquisa por falta de verbas.
“Estamos aqui tentando sobreviver. Não tem dinheiro e eu já sabia disso, estamos fazendo milagres, conversando com a equipe econômica para ver o que podemos fazer. A situação que nos encontramos é grave, não há maldade da minha parte, não tem dinheiro”, disse.
No final do mês de julho, o governo federal oficializou um novo contingenciamento de R$ 1,442 bilhão no Orçamento do país. Entre os ministérios com maiores valores bloqueados estão o da Cidadania (R$ 616,166 milhões) e o da Educação (R$ 348,471 milhões).
O CNPq havia pedido um crédito suplementar de R$ 330 milhões para o Ministério da Economia, mas recebeu “indicações de que não haverá a recomposição integral do orçamento de 2019”. Por isso, suspendeu as bolsas. O órgão quer utilizar o que ainda tem garantido neste ano para cumprir o compromisso com os pesquisadores que têm bolsa vigente.
Desde 2014, o CNPq vem sofrendo sucessivos bloqueios. O orçamento que era de R$ 1,3 bilhão passou para R$ 784 milhões neste ano. Desde agosto do ano passado, quando foi definido o orçamento para 2019, os dirigentes do conselho já alertavam que a quantidade de recursos iria praticamente zerar seus investimentos em pesquisa.
Assista:
SUS
Bolsonaro se manifestou, ainda, sobre a notícia veiculada na última semana pela “Folha de S. Paulo” de que a avó materna da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, havia ficado mais de dois dias aguardando atendimento deitada em uma maca no corredor de um hospital na periferia do Distrito Federal.
“Não tem SUS da família Bolsonaro e SUS do povo. O SUS é igual e ponto final. O que puder fazer para ajudar a gente ajuda, mas não vou ligar para o diretor do hospital para dar o tratamento e pedir pra passar na frente a avó da Michelle. É decisão minha e ponto final, não tem privilégio para nós”, afirmou.