Brasil recebe dois milhões de doses de hidroxicloroquina dos EUA

  • Por Jovem Pan
  • 01/06/2020 15h46
CADU ROLIM/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Cloroquina "Cooperação Brasil-EUA no combate ao Covid-19 continua avançando", disse o ministro Ernesto Araújo

O Ministério das Relações Exteriores informou que o governo dos Estados Unidos entregou ao Brasil dois milhões de doses de hidroxicloroquina, “como demonstração da solidariedade” entre os dois países na luta contra o coronavírus.

“A HCQ será usada como profilático para ajudar a defender enfermeiros, médicos e profissionais de saúde do Brasil contra o vírus. Ela também será utilizada no tratamento de brasileiros infectados”, disse o Itamaraty, em nota.

O ministério também anunciou um esforço de pesquisa conjunto entre Brasil e Estados Unidos que incluirá testes clínicos controlados randomizados, para avaliar a segurança e eficácia da droga, tanto para a profilaxia quanto para o tratamento precoce do novo coronavírus.

O desenvolvimento de uma vacina também será objeto desse esforço entre os dois países, como ressaltou o ministro Ernesto Araújo, no Twitter. “Cooperação Brasil-EUA no combate ao Covid-19 continua avançando. Chegaram hoje ao Brasil 2 milhões de doses de hidroxicloroquina doadas pelos EUA. Colaboraremos com os EUA na pesquisa clínica da hidroxicloroquina e no desenvolvimento de uma vacina”, escreveu.

Ainda de acordo com nota, em breve, o país norte-americano também enviará mil ventiladores para o Brasil.

OMS e hidroxicloroquina

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 por questões de segurança. Originalmente, a droga é indicada para o tratamento de doenças como malária, lúpus e artrite.

Apesar de ser defendida pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump como um possível tratamento para Covid-19, segundo a OMS, ainda não há evidências científicas que comprovem o benefício da cloroquina, e seu derivado hidroxicloroquina, contra a doença causada pelo novo coronavírus.

Ainda assim, o governo brasileiro incluiu os medicamentos no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves, mas alertou que eles podem causar efeitos colaterais como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias e alterações visuais por danos na retina. Cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

*Com Agência Brasil

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.