Brasil dirá ao Vaticano ser único responsável pela preservação da Amazônia

‘Ninguém mais tem essa responsabilidade’, disse o vice-presidente Hamilton Mourão, que lidera a comitiva que participará da cerimônia de canonização de Irmã Dulce, neste domingo, no Vaticano

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2019 17h39 - Atualizado em 11/10/2019 17h39
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, está em Roma para a cerimônia de canonização de Irmã Dulce

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira (11), em Roma, que o Brasil é o único responsável pela preservação da Amazônia e que essa mensagem será transmitida ao Vaticano, que realiza a Assembleia do Sínodo para a região Pan-amazônica.

“Sabemos que no século XXI temos um problema, todos somos conscientes da necessidade de proteger o planeta. Mas é responsabilidade do Governo do Brasil preservar a Amazônia. Ninguém mais tem essa responsabilidade”, afirmou Mourão, durante entrevista coletiva na embaixada do Brasil na capital italiana.

Mourão está na Itália para participar, no próximo domingo (13), da cerimônia de canonização de Irmã Dulce, que será a primeira santa nascida no Brasil. Durante sua visita, o vice-presidente deve conversar com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e com o secretário de Relações com os Estados, Paul Gallagher.

“É uma oportunidade de conhecer os representantes da Santa Sé, uma vez que está sendo realizando o Sínodo da Amazônia, no qual a Igreja analisa os problemas desta região. Neste contexto, é importante que o governo brasileiro dê sua opinião do que ocorre lá”, afirmou.

Além disso, Mourão disse que explicará aos secretários do Vaticano que o Brasil é “plenamente consciente” da necessidade de cuidar do planeta, mas também ressaltou que há “muita desinformação” no mundo sobre o que realmente ocorre na Amazônia.

“Há muita desinformação sobre o que ocorre naquela região onde vivem 20 milhões de pessoas. As pessoas acreditam que está tudo destruído, que será usado para outros fins. Não é assim”, sustentou.

Mourão afirmou que o governo Jair Bolsonaro não vê o papa Francisco “como um inimigo” e revelou a intenção do presidente em viajar para a Itália e ao Vaticano, no ano que vem, para se reunir com o pontífice.

“O governo do Brasil não pode julgar o que faz o papa; é o líder supremo da Igreja Católica. Não podemos imaginar o papa como um inimigo, a Igreja sempre fez parte da vida do Brasil”, comentou.

Durante sua estadia na Itália, Mourão deve se reunir na próxima segunda-feira (14) com o primeiro-ministro Giuseppe Conte e com diretores do grupo de energia Enel e da fabricante de pneus Pirelli.

O vice-presidente também comentou sobre o caso do vazamento de petróleo que afeta mais de 100 praias do Nordeste e ameaça centenas de espécies de animais, afirmando que “existem dados não confirmados que sugerem que o petróleo é semelhante ao extraído na Venezuela”.

*Com informações da EFE

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