Bruno Covas anuncia que Alckmin deixará coordenação de sua campanha eleitoral

Ex-governador foi denunciado, nesta quinta-feira, por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro

  • Por Nicole Fusco
  • 23/07/2020 12h00
Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo Bruno Covas afirmou que acredita na inocência de Alckmin

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (23) que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) deixará a coordenação de sua campanha à reeleição no pleito deste ano. Alckmin foi denunciado nesta quinta pelo Ministério Público por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em entrevista coletiva, Covas reiterou que acredita na inocência do colega de partido. “Ele sai com um patrimônio menor do que tinha quando começou suas atividades”, argumentou o prefeito. “Alckmin pediu para se afastar da campanha na manhã desta quinta-feira para para trabalhar na sua defesa”. De acordo com o prefeito da capital paulista, ainda não há um nome para substituir Alckmin.

De acordo com a denúncia, que aconteceu a partir de força-tarefa constituída em fevereiro deste ano, Alckmin teria recebido R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. Os recursos, segundo a investigação, não foram registrados nas prestações de contas do candidato, que, para a polícia, solicitou e recebeu vantagem indevida, pagas pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, a partir do emprego de métodos ilícitos como uso de “doleiros”, com o fim de ocultar a origem dos valores e dificultar a possibilidade de seu rastreio.

Em nota assinada pelo presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, o diretório do partido em São Paulo afirma que “reitera sua confiança na idoneidade do ex-governador Geraldo Alckmin”. “Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão. Acreditamos na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos.”

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