Buscas por vítimas são encerradas com quatro desaparecidas em SP

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2018 11h42 - Atualizado em 13/05/2018 14h27
PAULO LOPES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Peças de roupas sobre escombros do Edifício Wilton Paes de Leme, no Largo do Paissandú, região central de São Paulo (SP), neste domingo (13)

Os bombeiros encerram na manhã deste domingo (13) as buscas por vítimas nos escombros do edifício que desabou no centro de São Paulo, sem encontrar quatro pessoas.

O edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, desabou há 13 dias depois de um incêndio. A prefeitura irá agora definir o que fará com os escombros e dar uma destinação ao terreno junto com a União.

No sábado, a Polícia Técnico-Científica identificou os restos mortais dos irmãos gêmeos Wendel e Werner, de 10 anos. A mãe deles, Selma Almeida da Silva, de 40 anos, não foi localizada.

Além de Selma, ficaram como desaparecidos e possíveis vítimas da tragédia o casal Eva Barbosa Lima, 42 anos, e Walmir Sousa Santos, 47, e o catador Gentil Rocha de Sousa, 54, que não deu mais notícias a familiares desde o desaparecimento.

Foram identificadas oficialmente quatro vítimas: os gêmeos de 10 anos, Ricardo Galvão Pinheiro, 38 anos, que quase foi resgatado pelos bombeiros, e Francisco Lemos Dantas, de 56 anos.

Em visita ao local, o governador de São Paulo, Márcio França, explicou que não existem mais condições de encontrar corpos.

França anunciou oficialmente o fim dos trabalhos. “Chegou ao fim. A gente a partir de agora entrega à Prefeitura para que ela possa dar o destino melhor à área, já que a área é federal, mas o prefeito (Bruno Covas) já me disse que vai requisitar a área”, explicou.

“A gente já não tem expectativa de mais nada. O máximo que podemos fazer do ponto de vista de profundidade é essa. Os corpos que foram achados foram os já noticiados. O resto não deve ter mais existência. Deve ter sumido com toda a situação, porque é muito calor e o corpo desaparece praticamente, o que é comum nesse tipo de tragédia”, disse.

O governador afirmou que foi ao centro da capital para “cumprimentar o trabalho dos bombeiros”, lembrando que 1700 homens trabalharam no local. “Foi um trabalho super-difícil e constrangedor porque todo mundo queria que não tivesse nenhuma vítima, mas tem que enaltecer que o trabalho deles permitiu que salvássemos muito mais vidas do que aquelas que foram vitimadas aqui”, disse França, destacando o “trabalho exemplar” da corporação.

“Que isso possa servir de exemplo para a gente poder evitar que outras tragédias como essa aconteçam”, destacou ainda o governador.

O governador de São Paulo não descarta a possibilidade de demolir prédios no entorno de onde ficava o Wilton Paes de Almeida.

“Vamos estudar a questão dos prédios laterais. Há três prédios interditados. Talvez alguns não possam ficar aí. Vamos ver como a Prefeitura daqui para frente vai destinar”, afirmou França.

“Furar a fila”

Sobre as famílias que permanecem acampadas no Largo Paissandu, França disse que foi oferecido o aluguel-social no valor de R$ 1.200 no primeiro mês, mais R$ 400 mensais, e que moradores do prédio permanecem no local para tentar pressionar a administração pública para “furar a fila” da habitação.

A reportagem é de Thiago Uberreich:

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