Cardozo acha protestos democráticos, mas não vê razões jurídicas para impeachment

  • Por Agência Brasil
  • 11/03/2015 15h49
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SÃO PAULO, SP, 07.03.2015: OPERAÇÃO-LAVA JATO - Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, concede coletiva de imprensa na tarde deste sábado (7) no escritório da presidência, para falar sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato após a divulgação de lista de parlamentares suspeitos de envolvimento com o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. (Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress) Ernesto Rodrigues/Folhapress José Eduardo Cardozo dá entrevista coletiva em São Paulo comentando a Operação Lava Jato neste sábado

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (11) ser próprio dos regimes democráticos as pessoas se manifestarem, mas acrescentou que não há “quaisquer razões jurídicas” para se falar em impeachment, ao comentar os protestos programados contra o governo programados para o próximo domingo (15), na mesma linha adotada esta semana pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

O ministro da Justiça defendeu a liberdade de expressão, mas ponderou que os protestos devem ocorrer “dentro da lei, da ordem, do respeito às autoridades constituídas e afastando-se quaisquer posturas golpistas”.

“O governo prega a tolerância. Ser tolerante com as pessoas que não pensam como nós é uma virtude democrática e o governo tem essa tolerância com essas pessoas que o criticam. Gostaríamos que as pessoas que criticam o governo não fizessem uma ação de ódio ou de raiva. Que expressem suas ideias democraticamente e, dentro do possível, busquem convergências. Essa é a postura que uma pessoa democrática deve ter”, argumentou Cardozo após cerimônia no Ministério da Justiça.

Perguntado sobre os pedidos de impeachment, Cardozo afirmou que não há motivação legal que motive o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Tivemos uma eleição legitimamente feita, a democracia existe no país. Não existem quaisquer razões jurídicas para que se mude o quadro que está posto. Portanto, diria para que as pessoas expressem aquilo que devem expressar. Quem concorda [com o governo], que se manifeste, e quem discorda, se manifeste dentro da ordem e da lei e dentro dos princípios democráticos. Isso é que é realmente algo importante”.

Para o ministro, no país não pode existir uma “ação de ódio”, em que pessoas sejam estigmatizadas pela forma como pensam ou por suas identificação partidária. “Posso viver muito bem com as pessoas que não pensam como penso, até porque ninguém é dono da verdade. O que não podemos ter, jamais, é uma ação de ódio, em que pessoas são, efetivamente, atacadas pelo simples fato de pensarem de acordo com linhas ideológicas e políticas”.

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