Com atraso de 3 anos, Fábrica do Samba fica R$ 40 milhões mais cara
O governo Michel Temer liberou R$ 40 milhões em recursos do Ministério do Turismo para o prefeito João Doria (PSDB) concluir as obras da Fábrica do Samba, um espaço público de 64 mil m² construído na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, cuja conclusão era prometida para 2015. Agora, segundo o prefeito, as obras devem ser entregues em setembro do ano que vem, quando 14 escolas de samba do grupo especial poderão usar o espaço para preparar seus carros alegóricos e fantasias.
O anúncio do repasse foi feito durante uma visita do prefeito, do ministro do Turismo, Marx Beltrão, de deputados e vereadores, e de dirigentes das escolas de samba de São Paulo ao complexo.
Em uma licitação realizada ainda na gestão Gilberto Kassab (PSD) em 2011, o complexo foi orçado em R$ 124 milhões (ou R$ 177 milhões, em valores atualizados) e as obras ficaram a cargo da construtora Passarelli. Em 2015, já atrasada, as obras foram paralisadas na gestão Fernando Haddad (PT), que na época alegou falta de recursos do governo federal para concluir o empreendimento. Os trabalhos foram retomados em abril deste ano, já na gestão Doria.
Até a última sexta-feira, 24, segundo dados extraídos pelo jornal O Estado de S. Paulo nos sistemas de execução de despesas da Secretaria Municipal da Fazenda, a obra já havia consumido R$ 179 milhões em recursos já liberados. Com mais esses R$ 40 milhões anunciados nesta segunda-feira, o complexo ficará ao menos 18% mais caro do que o previsto, descontada a inflação.
O secretário de Obras da Prefeitura, Marcos Penido, alegou que itens básicos de segurança, como equipamentos anti-incêndios, não estavam previstos no projeto, ao justificar o aumento de custos. Os galpões foram planejados para receber, ao mesmo tempo, material inflamável, como tecidos e papelão, e a execução de serviços de solda de placas metálicas.
“Houve a necessidade de alguns serviços adicionais, principalmente em relação à questão de infraestrutura e também toda a parte de AVCB, da segurança dos Bombeiros. Tem toda uma rede de sprinkler (os sistemas de disparo automático de água em caso de incêndios), uma exigência muito forte, até pelo tipo de utilização que se terá aqui, que houve um acréscimo sensível e por isso que gerou esse aumento de valor”, disse o secretário.
Dos três prédios propostos, dois já estão entregues e em uso por agremiações paulistanas. Juntos, têm espaço para galpões de sete escolas. O terceiro complexo, em obras, terá outros sete galpões A promessa é entregá-lo no segundo semestre do ano que vem.
Nesta segunda, começou a venda de ingressos pela internet, mas restrita a clientes de um banco que patrocina o evento. A venda online para o público em geral começa na semana que vem.
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